Filiados devem ratificar a decisão dos diretores do sindicato em votação amanhã; na quarta, podem voltar ao trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos roteiristas norte-americanos deve ser encerrada amanhã, após um acordo selado entre o Writers Guild of America (WGA; o sindicato dos roteiristas) e a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP; a associação que reúne estúdios de cinema e emissoras de TV).
A greve será definitivamente encerrada após votação dos 10.500 roteiristas filiados à WGA. Após reuniões realizadas no último fim de semana nas sedes de Los Angeles e de Nova York da WGA com os filiados, a expectativa entre especialistas de Hollywood é que a votação ratifique o acordo.
"Em uma greve, chega-se ao ponto em que é necessária uma solução, e esse ponto é quando a pressão é sentida nos dois lados", disse David J. Young, diretor do braço Oeste da WGA.
Diretores da WGA afirmaram que o acordo "não é perfeito", mas consideraram os novos termos "um sucesso".
Os roteiristas votam amanhã se aceitam a proposta, que inclui, entre outros pontos, receber US$ 1.200 fixos anuais (por dois anos) para os programas de TV e/ou filmes que forem exibidos na internet, em telefone celular ou outras mídias digitais. A partir do terceiro ano, receberão 2% do lucro líquido dos distribuidores. (Antes do acordo, os roteiristas não tinham direito a receber nada pela exibição em novas mídias.)
Pelo acordo, os roteiristas terão direito a um aumento de 3,5% anuais em seus contratos.
A greve dos roteiristas teve início em 5 de novembro e levou à paralisação de filmes, de séries e de talk shows na TV norte-americana. Analistas divergem quanto ao prejuízo acarretado no período: os números variam entre US$ 350 milhões a US$ 1,5 bilhão.
No cinema, os roteiristas voltam ao trabalho em filmes como "Anjos e Demônios", seqüência de "Código Da Vinci", cuja produção havia sido interrompida. Por outro lado, seriados que não obtinham bons índices de audiência devem ser cancelados definitivamente.
A última paralisação dos roteiristas de Hollywood ocorreu em 1988 -à época, ficaram cinco meses sem trabalhar.