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Crítica
Diretores fazem do samba centro de documentário
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Toda vez que se faz um filme
musical no Brasil, pensamos na
distância que existe entre esses
dois modos de expressão.
Hoje passa "Bahia de Todos
os Sambas" (Canal Brasil, 22h,
livre), filmado por Leon Hirzsman e Paulo César Saraceni em
1984, quando novos e velhos
baianos se apresentaram nas
Termas de Caracala.
Baianos ou não, o certo é que
a expressão musical cola com o
Brasil. Talvez porque não haja
necessidade de concorrer em
editais malucos ou submeter-se a júris dementes: basta o neguinho no morro começar a sonhar e dá em Cartola, Adoniran, Lupicínio etc. etc.
Não é só por isso: cinema é
caro, supõe industrialização e
uma organização complexa,
para não falar na concorrência.
Mas é ainda mais que isso: a
música consegue tocar os sentimentos e a razão.
Ela carrega tudo que, em nós,
nos une e nos faz sentir melhores. O cinema desperta nosso
complexo de vira-lata. Exceto
quando a música está no centro, como aqui.
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