São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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Crítica

Diretores fazem do samba centro de documentário

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Toda vez que se faz um filme musical no Brasil, pensamos na distância que existe entre esses dois modos de expressão.
Hoje passa "Bahia de Todos os Sambas" (Canal Brasil, 22h, livre), filmado por Leon Hirzsman e Paulo César Saraceni em 1984, quando novos e velhos baianos se apresentaram nas Termas de Caracala.
Baianos ou não, o certo é que a expressão musical cola com o Brasil. Talvez porque não haja necessidade de concorrer em editais malucos ou submeter-se a júris dementes: basta o neguinho no morro começar a sonhar e dá em Cartola, Adoniran, Lupicínio etc. etc.
Não é só por isso: cinema é caro, supõe industrialização e uma organização complexa, para não falar na concorrência. Mas é ainda mais que isso: a música consegue tocar os sentimentos e a razão.
Ela carrega tudo que, em nós, nos une e nos faz sentir melhores. O cinema desperta nosso complexo de vira-lata. Exceto quando a música está no centro, como aqui.


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