São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Iglesias provoca comoção em SP

Durante show anteontem, fãs invadem palco e disputam até os botões do paletó jogado pelo cantor à platéia

Iglesias se apresentou com ingressos esgotados; turnê passará ainda por Brasília, Fortaleza, Recife, Manaus e Belo Horizonte


Rafael Hupsel/Folha Imagem
"Na primeira vez que toquei em SP vocês não haviam nem nascido', brincou Iglesias no show


BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Hebeeeee, ajuda a gente!", gritava a estudante Marcela Nobrega, 19, no portão mais próximo ao camarim de Julio Iglesias no Credicard Hall (SP), depois do show que o cantor fez na noite de domingo -o quarto de sua turnê que inclui outras cinco apresentações no país.
Nobrega, que acompanhava o marido, o comissário de bordo Carlos Augusto, 25, e um grupo persistente de fãs esperavam pelo cantor -que dedicou uma música a Hebe, sentada na primeira fila da platéia VIP-, já do lado de fora da casa.
"Vamos gritar todos juntos", orientava um dos fãs ao grupo. "Um, dois, três: Rúlioooo!". "Mãe, ajuda!", convocava outra fã. Ao seu lado, do alto do muro, um rapaz tinha visão privilegiada do lado de lá do portão.
Iglesias provoca comoção. Já no fim do seu show, parte do público se aproximou do palco, ainda com permissão da segurança da casa. Duas músicas depois, a primeira fã invadia o palco em disparada na direção do cantor, seguida por uma segunda, uma terceira, uma quarta, e... um homem, para desespero da segurança.
Mas Debora Souza, 38, dona-de-casa, foi melhor. Escoltada por seguranças perto do palco no fim do show, carregava o paletó que Iglesias jogou à platéia. "Me dá só um botãozinho?!", pediu uma fã. Debora deu e ainda atendeu a outra fã com o mesmo pedido.
No chão, próximo a ela, um cartaz esquecido pedia uma foto, devidamente traduzido para a língua-mãe do cantor: "Por favor, realize mi deseo de hacer una foto com usted".
"Fazia muito tempo que eu não via uma histeria assim", comentou a psicóloga Rose Miller, 49, que veio do Rio para a apresentação.
Sandra Mara Brigoni, 53, veio de mais longe: Itajaí (SC). Seu filho, o comissário de bordo André Luiz Brigoni de Araújo, 28, havia conseguido um único ingresso de desistência dias antes. Trouxe um livro: ia esperar a mãe lá fora durante a apresentação.

Paetês
A platéia feminina não decepciona: é um desfile de paetês, saltos, tailleurs e vestidos -há até quem arrisque um longo vermelho para ver Iglesias.
Na frente do camarim, fãs se aglomeravam depois do show.
O engenheiro Mario Sergio Cardim, 41, "fã há 31", carregava uma sacola com dezenas de encartes de CDs autografados por Iglesias -80, segundo ele- e mais uma com dezenas a serem assinados. Era seu quinto show de Iglesias.
Quando viu que não conseguiria falar com ele, depois de diversos apelos, seguiu para o portão que beirava o camarim, do lado de fora da casa.
Meia hora depois, um grupo de seguranças chegou ao portão para prevenir qualquer invasão dos pacíficos e inofensivos fãs. "Quando vocês nem pensavam em ter nascido, eu já era fã dele", dizia em tom grave Cardim para os engravatados. Finalmente, Iglesias deixou o camarim em direção à Mercedes que o esperava. Alvoroço. "Rúlioooo", fizeram coro os fãs. Mas ele partiu apenas com um aceno.


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