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RUÍDO
Lei da numeração se concretiza no dia 22
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A novela do ano passado terá
final feliz: entra mesmo em vigor no próximo dia 22 a lei que
institui a numeração de CDs e
amplifica o controle de vendagens na indústria fonográfica.
Na quinta-feira passada foi assinado acordo coletivo entre representantes de músicos e da
Associação Brasileira dos Produtores de Discos. O parque
gráfico já está adaptado para incluir numeração por lote e o código digital ISRC, que passa a ser
obrigatório e constitui uma
"carteira de identidade" individual de cada faixa de cada CD.
O custo estimado por cópia
vendida será de R$ 0,01, segundo o empresário Steve Altit, um
dos membros da comissão da
numeração. Segundo Lobão,
que com Beth Carvalho mobilizou a causa na classe musical,
esse custo será financiado pelos
artistas, em benefício próprio.
A ABPD assina o acordo coletivo nas figuras do ex-presidente
Luiz Oscar Niemeyer e do advogado João Carlos Mueller, também membros da comissão, mas ainda não se pronunciou
sobre o próximo dia 22.
O NÃO-LANÇAMENTO
Rainha pioneira e ancestral do choro cantado, Ademilde Fonseca voltou à voga
nos anos 70 por intermédio
da influência de seus vocais
envenenados sobre cantoras
como Elza Soares, Baby
Consuelo, Maria Alcina, Miriam Batucada e outras. Em
1975, ela própria fez volta
triunfal. Gravou num disco
com sambas e choros novos
de Paulinho da Viola ("Meu
Sonho"), Martinho da Vila
("Choro Chorão"), Candeia
("Amor sem Preconceito",
parceria com Paulinho da
Viola), João Bosco e Aldir
Blanc ("Títulos de Nobreza") e outros, clássicos de Pixinguinha ("Lamento"),
Waldir Azevedo ("Brasileirinho") e Zequinha de Abreu
("Tico-Tico no Fubá"), flautas de Altamiro Carrilho e
Copinha e outros luxos variados. A gravadora que a
bancou, Top Tape, existe até
hoje, mas está concentrada
em lançar CDs gospel e
DVDs.
A PAZ
E aconteceu segunda-feira,
durante encontro do
Ministério da Cultura com a
classe artística carioca:
divergentes na celeuma da
numeração, Gilberto Gil e
Lobão trocaram abraços e
elogios públicos. Gil afirmou
que a posição de Lobão no caso
foi polêmica, mas saudável.
SOM LIVRE REATIVADA
A Som Livre volta a reativar o
fundo de seu baú: está para
chegar ao CD a trilha sonora
do seriado "O Tempo e o
Vento" (85), assinada por
ninguém menos que Tom
Jobim. O pacote incluirá o
póstumo "Trem Azul" (82), de
Elis Regina, e tributos da MPB
a Cartola, Adoniran Barbosa e
Ataulfo Alves. Também acaba
de sair o luminoso disco solo
de estréia de Geraldo Azevedo,
de 77. Praticamente sem
elenco, a Som Livre também
volta a lançar obras inéditas,
começando por Guilherme
Arantes.
ED "PÓPTICO"
Ed Motta prepara para o
início de junho seu álbum de
estréia pela Trama,
denominado "Poptical" e
dominado pelo uso de
sintetizadores antigões.
Produzido por ele mesmo, o
CD terá letras de Seu Jorge,
Zélia Duncan, Adriana
Calcanhotto e Bluey, do grupo
britânico de acid jazz
Incognito.
psanches@folhasp.com.br
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