UOL


São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUÍDO

Lei da numeração se concretiza no dia 22

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

A novela do ano passado terá final feliz: entra mesmo em vigor no próximo dia 22 a lei que institui a numeração de CDs e amplifica o controle de vendagens na indústria fonográfica.
Na quinta-feira passada foi assinado acordo coletivo entre representantes de músicos e da Associação Brasileira dos Produtores de Discos. O parque gráfico já está adaptado para incluir numeração por lote e o código digital ISRC, que passa a ser obrigatório e constitui uma "carteira de identidade" individual de cada faixa de cada CD.
O custo estimado por cópia vendida será de R$ 0,01, segundo o empresário Steve Altit, um dos membros da comissão da numeração. Segundo Lobão, que com Beth Carvalho mobilizou a causa na classe musical, esse custo será financiado pelos artistas, em benefício próprio.
A ABPD assina o acordo coletivo nas figuras do ex-presidente Luiz Oscar Niemeyer e do advogado João Carlos Mueller, também membros da comissão, mas ainda não se pronunciou sobre o próximo dia 22.

O NÃO-LANÇAMENTO

Rainha pioneira e ancestral do choro cantado, Ademilde Fonseca voltou à voga nos anos 70 por intermédio da influência de seus vocais envenenados sobre cantoras como Elza Soares, Baby Consuelo, Maria Alcina, Miriam Batucada e outras. Em 1975, ela própria fez volta triunfal. Gravou num disco com sambas e choros novos de Paulinho da Viola ("Meu Sonho"), Martinho da Vila ("Choro Chorão"), Candeia ("Amor sem Preconceito", parceria com Paulinho da Viola), João Bosco e Aldir Blanc ("Títulos de Nobreza") e outros, clássicos de Pixinguinha ("Lamento"), Waldir Azevedo ("Brasileirinho") e Zequinha de Abreu ("Tico-Tico no Fubá"), flautas de Altamiro Carrilho e Copinha e outros luxos variados. A gravadora que a bancou, Top Tape, existe até hoje, mas está concentrada em lançar CDs gospel e DVDs.

A PAZ
E aconteceu segunda-feira, durante encontro do Ministério da Cultura com a classe artística carioca: divergentes na celeuma da numeração, Gilberto Gil e Lobão trocaram abraços e elogios públicos. Gil afirmou que a posição de Lobão no caso foi polêmica, mas saudável.

SOM LIVRE REATIVADA
A Som Livre volta a reativar o fundo de seu baú: está para chegar ao CD a trilha sonora do seriado "O Tempo e o Vento" (85), assinada por ninguém menos que Tom Jobim. O pacote incluirá o póstumo "Trem Azul" (82), de Elis Regina, e tributos da MPB a Cartola, Adoniran Barbosa e Ataulfo Alves. Também acaba de sair o luminoso disco solo de estréia de Geraldo Azevedo, de 77. Praticamente sem elenco, a Som Livre também volta a lançar obras inéditas, começando por Guilherme Arantes.

ED "PÓPTICO"
Ed Motta prepara para o início de junho seu álbum de estréia pela Trama, denominado "Poptical" e dominado pelo uso de sintetizadores antigões. Produzido por ele mesmo, o CD terá letras de Seu Jorge, Zélia Duncan, Adriana Calcanhotto e Bluey, do grupo britânico de acid jazz Incognito.

psanches@folhasp.com.br


Texto Anterior: Eletrodoméstico - MTV ao Vivo
Próximo Texto: Erika Palomino
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.