São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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"Cócegas" gera site, livros, CD, programa de rádio, TV e vai virar DVD, filme e peça no exterior

Usina de gargalhadas

Divulgação
Ingrid Guimarães e Heloísa Perissé, em "Cócegas", já vista por meio milhão de pessoas


LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O que é possível fazer com R$ 400? Resposta: duas peças de teatro, um site, dois livros, um CD, uma grife de roupa infantil, um programa de rádio e dois de TV, um DVD e um longa-metragem.
Fala sério! Com essa verba, Heloísa Périssé mandou confeccionar o primeiro figurino da peça "Cócegas", no início de 2001. Nascia a carioquíssima garota Tati e o fenômeno teatral já visto por mais de meio milhão de pessoas.
A voz enjoada gritando "caraca" "bombou" totalmente, virou grife. E os filhotes da marca "Cócegas" não param de nascer.
Hoje, Périssé e a parceira, Ingrid Guimarães, protagonistas do show, fazem uma apresentação em São Paulo. O espetáculo, no Tom Brasil, será gravado para o lançamento em DVD.
A partir da próxima semana, segue em turnê para o Sul. Ganhará versão em espanhol, já que o texto foi vendido a um grupo de Buenos Aires. E poderá viajar muito mais: a dupla recebeu convite para encená-lo a brasileiros em Washington, Miami e Japão.
Enquanto isso, Périssé divulga o CD "Tati", lançado neste mês, e grava com Guimarães os primeiros episódios de novo humorístico da Globo. "Sob Nova Direção", protagonizado pela dupla, não é adaptação da peça, mas vem na rabeira de seu sucesso. Estréia no domingo, 18, após o "Fantástico", em horário nobre do humor, ocupado pelo extinto "Sai de Baixo".
Tudo começou no apartamento de Guimarães, no Rio, com 45 metros quadros, num prédio sem elevador nem garagem. As duas atrizes passaram uma tarde juntando textos escritos por elas e ensaiando os esquetes na sala.
"Não tínhamos dinheiro nenhum. Pegamos R$ 400 da Heloísa para o primeiro figurino. Depois, a irmã dela emprestou um pouco, chamamos uns amigos que toparam dirigir as cenas sem grana nem divulgação. E assim foi", conta Guimarães, 31.
A intenção era criar um bom produto para eventos de empresas, feiras, congressos. A primeira apresentação foi para funcionários da Globo, em abril de 2001.
"Sentimos um frisson na platéia. Começou a rolar um boca a boca incrível. A gente demorou para acreditar", diz Guimarães.
De teatros alternativos, com cem lugares, vieram espetáculos nas maiores casas do Rio e de São Paulo, sempre lotadas ("bombando", diria Tati), em temporadas intermináveis. Lotou até em Portugal. Guimarães e Périssé contrataram amigos, familiares e mais amigos. Abriram escritório, criaram uma verdadeira "fábrica" e se transformaram em executivas. O apartamento de 48 metros quadrados foi trocado por um de 150.
Atualmente são 12 horas de trabalho todos os dias, de ensaios à gravação do programa de rádio, dos estúdios da Globo à assinatura de contratos. "Com "Cócegas", aconteceu uma coisa inédita na minha vida: pela primeira vez um patrocinador veio me procurar", diz Guimarães, sobre a Embratel.
Tem ainda de sobrar tempo para criar o roteiro do filme, a ser dirigido por Domingos de Oliveira, com quem Guimarães trabalhou em "Confissões de Adolescente".
Já deu para ficar rica, né? "Vivo bem, mas sei que é fase", diz Guimarães. Périssé, 37, após um dia de gravações na Globo, taxa: "Rico é quem compra sem perguntar o preço". E você, tipo assim, pergunta, Heloísa? "Claro, sempre!"


CÓCEGAS - onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, tel. 0/xx/11/2163-2000). Hoje, às 19h. De R$ 30 a R$ 70 (até quinta, havia ingressos).



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