São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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Crítica/"Estômago"

Longa despretensioso traz um João Miguel espetacular

DO CRÍTICO DA FOLHA

Diz o ditado que "o peixe morre pela boca" e uma velha máxima afirma que "se pega o homem pelo estômago". O estreante Marcos Jorge joga com os significados dessas fórmulas ao contar a história de um "paraíba" que chega ao Sudeste e se vira como cozinheiro.
A intenção não é fazer mais uma crônica sobre as disparidades sociais. Jorge explora os significados culturais e afetivos associados aos hábitos de comer, junto das várias acepções da expressão "estar preso".
"Estômago" é construído em dois tempos, que se associam até uma reviravolta dramática.
Trata-se de um filme de personagens, com uma riqueza de nuances pouco comum por aqui. João Miguel, à frente de um elenco pouco conhecido, está espetacular na pele de Raimundo Nonato. Em vez de confiar apenas no sabor dos diálogos e na caracterização dos tipos, o diretor também sabe explorar com segurança as possibilidades narrativas, a riqueza cênica dos espaços de cozinhas e celas e as situações que Nonato se envolve à sua revelia. "Estômago", em sua despretensão, consegue aquilo que o cinema brasileiro deveria procurar com mais regularidade: satisfazer seu público. (CSC)

ESTÔMAGO
Produção:
Brasil/Itália, 2007
Direção: Marcos Jorge
Com: João Miguel, Babu Santana
Onde: a partir de hoje no Espaço Unibanco, Villa-Lobos e circuito
Avaliação: bom


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