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Crítica
"Simplesmente Feliz" reflete dois modos de ver o mundo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É um estranho filme "Simplesmente Feliz" (Cinemax,
22h15; 14 anos), que Mike
Leigh parece ter feito para a
glória de Sally Hawkins. Ela,
por sua vez, parece que nasceu
para interpretar a garota desencanada do longa, espécie de
Poliana para quem tudo é motivo de deslumbramento.
O que dá sentido ao filme, no
entanto, é sobretudo o antagonista, o professor de autoescola
Eddie. Ou antes, são as maneiras opostas que criam o humor
quando se encontram: ele é um
estressado convicto, para
quem o dirigir corretamente é
quase uma religião.
Essas aulas de direção são o
grande achado do filme, sem
dúvida. Tanto que Leigh e o roteiro parecem ter ficado sem
caminho a seguir para encerrar
a ficção e se embrenharam numa bobagem convencional.
Apesar dos limites, eis um filme a caráter para preparar o
sono; amanhã tem batente.
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