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Locadoras têm a própria "morte" anunciada
DA REPORTAGEM LOCAL
A "morte" iminente das
locadoras de filme é consenso em vários segmentos do
mercado cinematográfico.
"É um dado: a locadora
atual não tem futuro. Na fórmula como existem hoje, estão com os dias contados",
diz João Mesquita, diretor-geral da rede Telecine.
Valmir Fernandes, presidente da rede de salas Cinemark, modera o tom, mas
não a análise sobre o futuro
desse negócio. "No mercado
americano, empresas do setor estão procurando alternativas. Tenho minhas dúvidas se, no longo prazo, essa
atividade é viável", diz.
Se a velocidade com que
chegam ao mercado os
DVDs, prato principal das
locadoras, ameaça o cinema,
as locadoras, por sua vez, são
ameaçadas pela internet.
Ou melhor, pelo desejo do
espectador de "ver o que
quer, na hora que quer, sem
sair de casa", como define
Mesquita, enunciando o que
deve ser a nova tendência.
O hábito de sair de casa para alugar e devolver filmes
torna-se coisa do passado
nesse cenário. Os títulos passam a ser entregues ao consumidor, que os solicita pela
internet. Ele deixa de ser cadastrado numa locadora e
torna-se assinante de um
serviço de entrega de filmes.
Isso se o consumidor não
preferir "baixar" os arquivos
no computador e enquanto
o "video on demand", a
chance de fazer sua própria
programação de TV, não se
torna realidade no Brasil.
A rede de locadoras Blockbuster diz que está se preparando para mudanças, mas
afasta idéias apocalípticas
sobre o futuro das locadoras.
"O negócio é entregar filmes
para uma pessoa assistir",
diz Marcos Vignal, vice-presidente da Blockbuster. O
modelo é que pode mudar,
argumenta o executivo.
"Se existe um modelo on-line, vou estar nele; se existe
o de assinatura, vou estar nele; se existe o de diárias, vou
estar nele também", afirma.
A Blockbuster prevê implantar o serviço de locação
on-line em toda a São Paulo
até o final deste ano.
A empresária Adriana Millan, que construiu seu próprio modelo de negócio associando a entrega de filmes
e pizzas na pequena Cine
Pizza, no bairro paulistano
de Perdizes, acompanha a
discussão, sem se sentir
ameaçada. "Temos muito
campo ainda", afirma.
Millan diz que o modelo de
assinatura não é exatamente
uma maravilha. "Você pede,
mas o filme não chega em
meia hora. É preciso se programar, o que não combina
com o impulso de ver um filme", avalia.
(SA)
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