São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Locadoras têm a própria "morte" anunciada

DA REPORTAGEM LOCAL

A "morte" iminente das locadoras de filme é consenso em vários segmentos do mercado cinematográfico.
"É um dado: a locadora atual não tem futuro. Na fórmula como existem hoje, estão com os dias contados", diz João Mesquita, diretor-geral da rede Telecine.
Valmir Fernandes, presidente da rede de salas Cinemark, modera o tom, mas não a análise sobre o futuro desse negócio. "No mercado americano, empresas do setor estão procurando alternativas. Tenho minhas dúvidas se, no longo prazo, essa atividade é viável", diz.
Se a velocidade com que chegam ao mercado os DVDs, prato principal das locadoras, ameaça o cinema, as locadoras, por sua vez, são ameaçadas pela internet.
Ou melhor, pelo desejo do espectador de "ver o que quer, na hora que quer, sem sair de casa", como define Mesquita, enunciando o que deve ser a nova tendência.
O hábito de sair de casa para alugar e devolver filmes torna-se coisa do passado nesse cenário. Os títulos passam a ser entregues ao consumidor, que os solicita pela internet. Ele deixa de ser cadastrado numa locadora e torna-se assinante de um serviço de entrega de filmes.
Isso se o consumidor não preferir "baixar" os arquivos no computador e enquanto o "video on demand", a chance de fazer sua própria programação de TV, não se torna realidade no Brasil.
A rede de locadoras Blockbuster diz que está se preparando para mudanças, mas afasta idéias apocalípticas sobre o futuro das locadoras. "O negócio é entregar filmes para uma pessoa assistir", diz Marcos Vignal, vice-presidente da Blockbuster. O modelo é que pode mudar, argumenta o executivo.
"Se existe um modelo on-line, vou estar nele; se existe o de assinatura, vou estar nele; se existe o de diárias, vou estar nele também", afirma.
A Blockbuster prevê implantar o serviço de locação on-line em toda a São Paulo até o final deste ano.
A empresária Adriana Millan, que construiu seu próprio modelo de negócio associando a entrega de filmes e pizzas na pequena Cine Pizza, no bairro paulistano de Perdizes, acompanha a discussão, sem se sentir ameaçada. "Temos muito campo ainda", afirma.
Millan diz que o modelo de assinatura não é exatamente uma maravilha. "Você pede, mas o filme não chega em meia hora. É preciso se programar, o que não combina com o impulso de ver um filme", avalia. (SA)


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