São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

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Crítica/"Invasão de Domicílio"

Diretor de "O Paciente Inglês" volta com longa pesado e óbvio demais

CRÍTICO DA FOLHA

"Invasão de Domicílio" faz parte de uma família de filmes que está em voga -carregam a missão de refletir sobre questões do mundo globalizado da forma mais abrangente e evidente possível. Da falta de comunicação aos preconceitos raciais, da imigração à violência urbana, nada será deixado de lado.
Todos os personagens e acontecimentos estão concatenados, procurando ecoar alguma questão política ou ética "importante". Trata-se de uma dramaturgia que aposta fundo na relação causa-efeito, aprisionando seus personagens.
Cada tipo que está na tela é uma peça com a função de ajudar o autor a construir seu mecanismo e expiar uma espécie de grande sentimento de culpa pelo "estado do mundo".
Se o ressentimento é onipresente nesse tipo de filme, "Invasão..." procura injetar mais otimismo à fórmula. Um dos personagens centrais, por exemplo, é o arquiteto Will Francis (Jude Law), defensor de uma rara visão utópica do espaço urbano. Com seu sócio, Sandy (Martin Freeman), ele cria um projeto de revitalização para a região decadente de King's Cross, em Londres.
Vítima de arrombamentos, Francis segue um dos jovens ladrões, Miro (Ravi Gravon), e chega à mãe do garoto, Amira (Juliette Binoche), refugiada da Bósnia. A partir daí, traumas diversos se entrelaçam em uma improvável história de amor.
Cansado das adaptações literárias e dos dramas de época (como "O Paciente Inglês"), em seu novo longa, Minghella voltou às suas origens como dramaturgo, com um roteiro original e contemporâneo. O que não garantiu que ele escapasse de uma grande indulgência com os diálogos e um excesso de metáforas visuais que tornam o filme pesado e óbvio. (PEDRO BUTCHER)

INVASÃO DE DOMICÍLIO
Direção:
Anthony Minghella
Produção: Inglaterra/EUA, 2006
Com: Jude Law, Juliette Binoche
Quando: estréia hoje nos cines Espaço Unibanco, Reserva Cultural e circuito
Avaliação: ruim


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