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TELEVISÃO
Crítica
"Estômago" questiona poder da culinária
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Estômago" (Cinemax,
20h; classificação indicativa
não informada) começa por ser
uma história de talento. Rapaz
pobre, nordestino, começa a se
ocupar da cozinha de um boteco sórdido. O bar vira sucesso, e
o rapaz seduz o dono de um
restaurante de prestígio que
lhe ensinará certos segredos
culinários.
Paralelamente, vemos o
mesmo rapaz na prisão. Segmento que suscita interrogações no espectador. Por que
ele, cara tão simpático, está
preso? Em que tempo isso se
passa? Aonde vai nos levar essa
história, afinal?
Uma parte das questões vale
a pena, porque planta expectativas. A outra é meio estranha,
parece um efeito para tapear o
espectador.
Mas esse é um aspecto secundário. Além de uma direção
segura e de um ótimo trabalho
de ator, "Estômago" parece colocar uma questão interessante, sobre o poder da culinária
em nosso mundo de serviços:
ela é uma estrela, consumimos
sem medo. Sem medo demais,
lembra o filme.
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