São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
música Moby lança "Destroyed", seu CD mais barulhento DJ diz odiar os discos anteriores, cujo som é mais leve e silencioso Músico diz que disco foi composto em quartos de hotel e serve como uma trilha sonora para as "cidades vazias às 3h" ÁLVARO FAGUNDES DE NOVA YORK Moby diz não beber mais nem usar drogas. Agora mora em Los Angeles e fala que o barulho de sapos é parte da sua inspiração. No entanto, o músico continua a fazer declarações polêmicas, ainda que afirme que isso prejudica sua carreira nos EUA. Às vésperas de lançar o álbum "Destroyed", o artista critica republicanos, Nova York (sua cidade natal), blogueiros, seus discos anteriores e até mesmo a principal fonte de inspiração para o atual, a insônia -isso em uma conversa de 22 minutos. "Eu odeio a insônia. Adoraria ser uma pessoa normal e dormir bem, mas tive que fazer as pazes com ela. A parte boa é que ela me permite enxergar um lado da vida que a maioria não vê." Segundo ele, "Destroyed" foi composto em quartos de hotel, inspirado em música experimental dos anos 70 (bandas como D.A.F. e Silver Apples) e é uma trilha sonora para "cidades vazias às 3h". Assim como o anterior, "Wait for Me", Moby diz que o disco que vai ser lançado no dia 17 é mais barulhento. O contrário dos dois antecessores, "Hotel" e "Last Night", que afirma ser os álbuns que mais odeia, feitos na época em que mais bebeu e usou drogas. "Eles são muito limpos. A ironia é que na sobriedade faço discos barulhentos e bagunçados", afirma. "Quanto mais limpo o som, menos interesse tenho nele." REJEIÇÃO EM CASA Moby, que se diz um "careca esquisito que está aí faz um tempo", conta que o fato de estar sempre dando opinião fez com que hoje acabe fazendo shows com mil pessoas nos EUA, enquanto na Europa chega a tocar para mais de 100 mil. "No momento em que um artista começa a emitir muita opinião política, a sua carreira desmorona. Tim Robbins, Sean Penn, Rage Against the Machine, eu, a pior coisa que um artista pode fazer é ser franco sobre política." Porém afirma que seu objetivo não é ser adorado pela mídia, mas um defensor eficaz das causas que defende. Diz, por exemplo, que os republicanos são loucos, perigosos, provincianos e ignorantes. "Não entendo como uma pessoa sã, racional pode votar neles." Por isso, apesar de dizer que Barack Obama não é o melhor presidente da história dos EUA, vai fazer de tudo para reelegê-lo. E reconhece que, se está esquecido em casa, especialmente em Nova York ("é como se eu fosse o enteado esquisito"), na Europa as opiniões ajudaram a carreira. "Aqui eu falava que George W. Bush era o pior presidente. As pessoas vaiavam ou se calavam. Na Europa, enlouqueciam mais do que com a própria música." Texto Anterior: DVD Próximo Texto: Crítica/Eletrônico: Som datado e agradável como trilha de viagens melancólicas Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |