São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Box reúne modernidade de Ed Lincoln

Seis discos do instrumentista cearense, gravados entre 1960 e 1966, têm relançamento em "O Rei dos Bailes"

Conhecido pelo uso do órgão elétrico, músico explorou repertório que ia de Caymmi e Jobim a temas americanos

Divulgação
O músico cearense Ed Lincoln, em 1962

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O órgão elétrico de Ed Lincoln é uma máquina do tempo. Há 50 anos, quando eram lançados seus primeiros discos, não havia nenhum som mais moderno.
Hoje chamadas genericamente de balanço, faixas como "Cochise", "Palladium" e "Leçon de Baion" são hits no Brasil, Japão e Europa, adaptando o universo dos discos de baile da época para o mundo das pistas contemporâneas de dança.
Fazendo a ponte entre as épocas, de lá para cá, seis dos seus principais discos, gravados entre 1960 e 1966 para a extinta gravadora Musidisc, são agora relançados pela primeira vez, em CD, dentro do box "O Rei dos Bailes".
"Ed Lincoln e seus discos da Musidisc são lendas", diz Marcelo Fróes, produtor dos relançamentos. "Ele tinha um conjunto moderno, bem adiante no tempo se comparado às orquestras de baile que abafavam em festas e também em discos."
Não era o único -nomes como Walter Wanderley e André Penazzi também se especializaram no gênero-, mas era o mais popular e até hoje um dos mais cultuados.
Soando tão ricamente musical quanto estranhamente curioso, entre samba-jazz, samba rock e lounge de elevador, a modernidade ultrarretrô dos sons de órgão e coro representa um som característico e popular da época.
"Ouvindo os discos, o que mais surpreendeu foi a modernidade do que faziam no estúdio e a qualidade com que captavam nos gravadores analógicos de 50 anos atrás", analisa Fróes.

HAMMOND
Nascido no Ceará em 1932, Lincoln mudou-se para o Rio de Janeiro aos 19 anos e em pouco tempo tocava contrabaixo ao lado dos pianistas Dick Farney e Luiz Eça.
Não demorou a formar seus próprios conjuntos, ao piano, e, na então famosa boate Drink, encontrou o instrumento com o qual seria para sempre associado: o órgão Hammond.
Apesar de não haver fichas ou lista exata de participações ("Os detalhes técnicos desses discos sempre foram um mistério", diz Fróes), sabe-se que Lincoln sempre teve a seu lado cantores e instrumentistas como Miltinho, Claudette Soares, Baden Powell e Waltel Branco.
Com repertório que passeia de Dorival Caymmi e Tom Jobim a temas americanos como "The Blues Walk" e "Sentimental Journey", os álbuns são divertidos, coloridos, criativos, dançantes. Segundo Fróes, hoje Lincoln mora em Teresópolis, no Rio de Janeiro, e anda adoentado e indisposto. Seus discos, em compensação, seguem no auge da vitalidade.

O REI DOS BAILES

ARTISTA Ed Lincoln
LANÇAMENTO Discobertas
QUANTO R$ 100, em média


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