São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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Cannes celebra diversidade do cinema

64ª edição começa hoje com filmes de Lars von Trier, Pedro Almodóvar e Terrence Malick entre os concorrentes

Longa de Woody Allen com participação da primeira-dama francesa, Carla Bruni-Sarkozy, abre o evento

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL A CANNES

Ao apresentar a lista dos 49 longas-metragens que serão projetados a partir de hoje na avenida Croisette, o presidente do festival, Gilles Jacob, fez questão de reforçar a palavra "diversidade".
De fato, a 64ª edição do festival vai abrigar não só vários países -33 ao todo-, como variados tipos de cinema, do mais intimista, feito com uma câmera digital e um só ator, ao grande espetáculo hollywoodiano.
Equilibrando-se entre arte e comércio, entre grandes estrelas como Brad Pitt e apostas nos novos nomes, Cannes começa, hoje, com a promessa de uma edição de mais impacto que a de 2010.
Até o tempo parece estar mais a favor do festival. No lugar das tempestades que levaram toldos brancos e tapetes vermelhos para o mar no ano passado, o sol e a alta temperatura colaboram para quem desejava desfilar imensos óculos escuros e vestidos esvoaçantes.
Mas os mais afeitos a cinema que a moda tampouco terão do que reclamar.
Na competição pelas cobiçadas palmas estão habitués, como os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, com "Le Gamin au Vélo" (o menino de bicicleta), Nanni Moretti, que transformou o ator Michel Piccoli em pontífice em "Habemus Papam", o finlandês Aki Kaurismäki, com "Le Havre" (o refúgio), e Lars von Trier, com "Melancholia".
A competição divide-se, ainda, entre debutantes como a australiana Julia Leigh, e o austríaco Markus Schleinzer, que trabalhou com Michael Haneke, e veteranos como Pedro Almodóvar, Joseph Cedar e Takashi Miike, que apresenta o filme de samurais "Ishimei", sua 83ª produção.
Nenhum filme é, porém, tão aguardado quanto "A Árvore da Vida", do gênio recluso Terrence Malick, que era esperado para o ano passado, mas não ficou pronto.
Caberá ao júri, presidido por Robert de Niro e composto por outros oito integrantes, premiar essa seleção de pesos-pesados.
Já o júri da mostra Un Certain Regard, que tem o brasileiro "Trabalhar Cansa", de Marco Dutra e Juliana Rojas entre seus concorrentes, será presidido pelo cineasta sérvio Emir Kusturica.

NOMÕES
Antes dar início à disputa, Cannes vai mostrar o novo filme de Woddy Allen, "Meia-Noite em Paris" -comentadíssimo na França por ter, entre os atores, a primeira-dama Carla Bruni-Sarkozy- e prestará uma homenagem ao cineasta italiano Bernardo Bertolucci.
Autor de filmes como "Antes da Revolução" (1964), "Novecento" (1976) e "O Último Imperador" (1987), Bertolucci receberá uma Palma honorária pela carreira. Woody Allen (2002) e Clint Eastwood (2009) já receberam a mesma homenagem.


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