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MÚSICA
Projeto da Funarte, que durou 20 anos e foi interrompido em 1997, levará shows às 27 capitais e mais 12 cidades
Pixinguinha roda país a partir de setembro
SHIN OLIVA SUZUKI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Com o intuito de colocar para
rodar pelo país artistas que não
contam com a infra-estrutura de
grandes turnês, o projeto Pixinguinha volta com a cara de 1997,
ano em que foi interrompido
após duas décadas de existência.
A série de apresentações é organizada pela Funarte (Fundação
Nacional de Arte, órgão vinculado ao Ministério da Cultura) e visitará entre setembro e novembro
deste ano as 27 capitais do Brasil e
mais 12 cidades (por enquanto,
apenas Campinas, Londrina, Niterói, Olinda e Blumenau estão
confirmadas).
Parte do elenco será formado
por artistas escalados para o então
último ano do projeto -durante
o governo Fernando Henrique
Cardoso-, que não chegaram a
fazer a turnê de despedida. Apenas Ana de Hollanda, hoje diretora do Centro de Música da Funarte, e Canhoto da Paraíba, por problemas de saúde, ficaram de fora.
A dívida, como assim considera o
órgão, será paga a 14 artistas
-Jards Macalé, dona Ivone Lara,
Joyce, Época de Ouro, Ná Ozetti,
Billy Blanco, Jane Duboc, Caio
César, Ellen de Lima, Nó em Pingo d'Água, Sebastião Tapajós, Zé
Renato, Mário Adnet e Miltinho.
Cada atração receberá cachê de
R$ 1.600 por show.
"O Pixinguinha será uma alternativa a esse processo de massificação de poucas opções de shows
em alguns lugares com os mesmos artistas", afirma Ana de Hollanda.
A outra parte da programação
será feita por edital, cuja ficha de
inscrição está disponível no site
da Funarte (www.funarte.gov.
br), que selecionará mais 22 nomes, e por artistas locais indicados pelas secretarias de Cultura
dos Estados. A lista final será definida por uma comissão de críticos e notáveis.
"Haverá o cuidado de escolher
jurados com uma visão musical
qualitativa, mas também ampla",
diz Ana de Hollanda, sobre a possibilidade de o escopo de gêneros
a ser abarcado pelo Pixinguinha
ser reduzido.
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, após cerimônia de lançamento, anteontem em Brasília, afirmou que, "com o tempo, a cara do
projeto ganhará forma de acordo
com a dinâmica e a complexidade
da música do Brasil".
O curto prazo para inscrições
-até 9 de julho-, de acordo
com Antonio Grassi, presidente
da Funarte, é para que a iniciativa
seja viabilizada ainda para este
ano. "E quem está interessado em
participar já tinha conhecimento
de que o projeto estava em vias de
ser aprovado", diz.
Outra tônica do Pixinguinha será o ingresso a preços populares
-que variam da entrada gratuita
a R$ 5. Essa faixa está no cálculo
do orçamento de R$ 3 milhões
que é previsto para este ano. Metade desse montante veio da Petrobras, que não pode garantir
presença no projeto em 2005 -as
verbas de patrocínio cultural são
definidas por uma comissão, de
acordo com o faturamento da
empresa no ano anterior.
As apresentações do Pixinguinha 2004 serão registradas para o
acervo da Funarte, que também
possui performances históricas
de Cartola, Gonzaguinha, Nara
Leão, entre outros artistas, em
edições anteriores. Ana de Hollanda diz que há a intenção de digitalizar esse material para torná-lo disponível para audição livre
por meio da internet.
O jornalista Shin Oliva Suzuki viajou a
convite da Funarte
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