São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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Pequenas grifes se destacam no Fashion Rio

Sta. Ephigênia e Têca mostram coleções charmosas nos três primeiros dias do evento carioca para o verão 2009

Semana de moda tenta se restabelecer após a perda de Colcci e Gisele Bündchen, que migraram para a São Paulo Fashion Week

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Com uma enfática campanha na mídia que alardeia que "o Rio é fashion", a cidade maravilhosa reage à sensação de esvaziamento do Fashion Rio, que se espalhou depois da mudança da grife de moda praia Blue Man e da Colcci, que tem Gisele Bündchen como estrela, para a São Paulo Fashion Week.
Em termos de negócios, organização e exibição das coleções, a saída das grifes pouco altera o evento. Mas a moda não é só isso, e o Fashion Rio tenta se recuperar do baque midiático e da lacuna de glamour.
Os fashionistas estavam de olho na moda praia da Salinas, com seu casting de supertops, e no show da TNG, com Raica e Reynaldo Gianecchini na passarela. Porém as melhores idéias do verão 2009, até a terça-feira, foram propostas por marcas de menor expressão comercial e marketing "low profile": Sta. Ephigênia e Têca.
O estilista Luciano Canale fez o melhor desfile da Sta. Ephigênia dos últimos anos. Ele quebrou o estilo retrô e pedante da grife, acrescentando-lhe uma imagem mais atual e fresca. Investiu sobretudo nos longos, tudo com clima anos 70, dos decotes estilos ciganinha às estampas multicoloridas e vivas, muito acertadas.
Recuperada do seu desfile de inverno, infantil e caricato, a Têca acertou com uma coleção leve e charmosa, que propõe um verão folk com jeitinho caipira. A cartela de cores e a estamparia floral, muito delicada, também deram certo.

Excesso
Problemas de direção e excesso de eventos de cena prejudicaram a apresentação da Mara Mac, comandada por Bia Lessa, hoje uma mestra do kitsch nas passarelas.
A entrada final, com as modelos carregando aquários e peixes vivos, mais indignaram os ecologicamente corretos do que ajudaram a contar a história da coleção, que falava da preservação da água.
No quesito moda, a Mara Mac acertou nos longos de corte mais reto e nas peças esportivas de neoprene. Mas errou nas estampas e silhuetas ovaladas.
A Salinas se inspirou na lenda das sereias para fazer um desfile seguro, mas pouco inventivo. O recurso das escamas de tecido, por exemplo, poderia ter sido mais bem explorado. As modelagens, apesar de previsíveis, devem contudo agradar à consumidora da grife.
Embora continue melhorando o acabamento das roupas, a TNG evitou arriscar, recorrendo a clichês do estilo navy. No final da apresentação, uma guerra de travesseiros infestou de penas as primeiras filas do público. Desfecho infeliz.


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