"Japan Pop Show", segundo disco do cantor e multiinstrumentista, dá continuidade ao seu samba quase pop e traz convidados

BRUNA BITTENCOURT
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neto de japoneses, Curumin costumava assistir a um concurso de karaokê voltado para a comunidade nipônica, exibido aos domingos pela TV Gazeta, no começo dos anos 80. Do programa, o cantor e multiinstrumentista tomou o nome emprestado para o seu segundo álbum, "Japan Pop Show". "Esse disco traz as sensações do que eu ouvia naquela época. São referências das minhas impressões de criança", conta.
A sonoridade oriental, no entanto, aparece diluída no disco. Curumin dá continuidade ao seu samba quase pop, com influência da música negra, de seu disco de estréia "Achados & Perdidos" (2004).
"Japan Pop Show" é um pouco menos ansioso, as batidas são mais lentas. É mais funk, o balanço é mais soul", compara com seu primeiro trabalho.
Mas o músico passeia também por vários gêneros, que se estendem da música jamaicana ao hip hop, reforçados por uma lista de convidados.
"Dançando no Escuro" traz Marku Ribas cantando. Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, toca guitarra na quase roqueira "Magrela Fever".
"Caixa Preta" bebe no funk e traz vocais de Lucas Santtana e Bnegão e programação de Tejo (Turbo Trio). Com letra em japonês, o samba "Sambito (Totaru Shock)" é uma parceria com Flu (ex-De Falla).
As participações estrangeiras são nomes de sua gravadora americana, a Quannum, que tem entre seus sócios DJ Shadow e membros do grupo de hip hop Blackalicious, que rimam em "Kyoto", ao lado de Lateef (MC de Shadow). Também da gravadora, Tommy Guerrero reforça "Sambito".
A parceria do brasileiro com a Quannum começou em 2004, quando o Blackalicious tocou no Brasil. Desde então foram quatro turnês americanas -no começo do ano, Curumin tocou no festival texano South by Southwest.
Apesar do reforço americano, o disco não chega às lojas no Brasil, ao menos por enquanto.
Será vendido pela internet ou em shows do músico. "Para o meu tamanho, não vale a pena ter uma distribuição maior", avalia, apostando também na troca de arquivos, "a forma de distribuição mais eficaz que existe".