São Paulo, domingo, 11 de julho de 2004

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ANIMAÇÃO

Lançamentos incluem "Homem-Aranha", "Peter Pan" e japoneses

Novos desenhos turbinam férias

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

As férias chegaram e, com elas, a chance de colocar em dia aquela penca de lançamentos recentes que você não havia conseguido ver antes. Nada de filmes cabeça, o negócio aqui é desenho animado -e derivados.
Começando pelo "derivados" e aproveitando a onipresença do personagem nos cinemas, a Columbia colocou nas prateleiras um pacote suculento de novidades, como a edição tripla de luxo do primeiro "Homem-Aranha" (R$ 43,50).
Esqueça o filme -afinal, se está lendo esse texto, provavelmente era um dos primeiros na fila na estréia da adaptação, em 2001-, o que interessa na caixa é a avalanche de extras. Além dos conhecidos depoimentos do diretor e elenco, há dois bons documentários sobre a produção. Fora isso, tem galeria de personagens, arquivo das histórias em quadrinhos... Enfim, uma espécie de "tudo o que você queria saber sobre o Aranha, filme e gibi, mas nunca teve coragem de perguntar".
Ainda no universo do cabeça de teia, acaba de chegar aos DVDs nacionais a primeira temporada completa da nova série animada do personagem, produzida no ano passado pela Adelaide Productions (R$ 40,90, dois discos).
Produzido por Avi Arad, o homem por trás de todas as adaptações da Marvel para os cinemas, e Brian Michael Bendis, um dos melhores roteiristas de quadrinhos da casa, o seriado dá uma repaginada no visual e no próprio mundo do nerdão Peter Parker.
Mas esqueça os livros debaixo do braço, o cabelinho penteado pela tia May e os óculos de aro de aço do personagem criado por Stan Lee e Steve Ditko, nos anos 60: nosso herói assemelha-se agora a um galã de seriado do canal Sony, trocou os livros por um laptop e carrega até um tocador de MP3 -lotado de faixas de música eletrônica. Também os vilões espalhados pelos 13 episódios, alguns conhecidos, outros nem um pouco, ganharam um novo trato.
Dr. Connors, o Lagarto, está mais assustador; Electro deixou a fantasia "cheguei" para trás; e o Rei do Crime, quem diria, está envolvido no roubo de um chip que permite interceptar transmissões via satélite de informações sobre o mercado financeiro!
Do outro lado do mundo, surgem dois novos animês (as animações japonesas) de dois mestres do gênero no país: "Tokyo Godfathers", de Satoshi Kon, e "Memories", de Katsuhiro Otomo (R$ 41,90 cada um).
Lançado no ano passado nos EUA, o filme de Kon foge a qualquer categorização que o termo animê possa sugerir. Não há personagens que voam nem lutas de espada, muito menos crianças de cabelo colorido. "Tokyo Godfathers" é talvez o mais europeu a que o cinema japonês possa ter chegado, contando a história de três sem-teto que encontram um bebê abandonado na rua no dia de Natal e resolvem adotá-lo.
"Quem pagaria para ver um filme cujos personagens principais são um homem de meia-idade, uma estudante desajustada e uma drag queen aposentada?", brinca um entrevistador nos extras do DVD. A heterodoxia dos personagens e o perfeccionismo da Tóquio animada por Kon fazem de "Tokyo Godfathers" uma ótima pedida, inclusive para aqueles que juram não ter a mínima quedinha pela animação japonesa.
Por fim, o pai do animê moderno, Katsuhiro Otomo, o diretor de "Akira" (1988), filme que revolucionou a estética e a temática do gênero, chega outra vez ao Brasil por meio de "Memories", DVD que compila três médias-metragens produzidos em 1995.
Ainda que assine a direção apenas de "Cannon Fodder", história de uma cidade que tem como único objetivo disparar contra inimigos desconhecidos, as marcas de Otomo estão por toda a parte nos outros dois filmetes, "Magnetic Rose", de Koji Morimoto, e "Stink Bomb", de Tensai Okamura: horror, política e ficção científica para fã nenhum botar defeito.
Por fim, há também o novo "Peter Pan", de P.J. Hogan. Lançada no ano passado nos cinemas, a superprodução australiana é a primeira versão com atores reais e som na história do personagem no cinema, que estreou em 1924 e desde então teve várias adaptações incluindo o famoso desenho da Disney, de 1953.



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