São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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"Congestionado" calendário de shows pop do segundo semestre no Brasil terá a banda Weezer em Curitiba

Barulhinho bom

Fotos Divulgação
Os integrantes do grupo norte-americano Weezer, que toca no Brasil pela primeira vez em 24 de setembro, no Curitiba Rock Festival


LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

A cultuada banda norte-americana Weezer, a Folha apurou, será a grande estrela do Curitiba Rock Festival, em setembro.
Hoje uma das megabandas do rock e conhecidíssima da "geração MTV", o Weezer arranca suspiros dos fãs brasileiros há mais de dez anos, desde que lançou o famoso "Álbum Azul", em 1994.
O grupo de Los Angeles trará ao Brasil, para o show de 24 de setembro, provavelmente na belíssima pedreira Paulo Leminski, a turnê de seu novo álbum, "Make Believe". O CD, o quinto, lançado em maio passado, botou o quarteto de volta ao estúdio depois de três anos sem gravar. O disco é puxado pela música "Beverly Hills", que toca bastante em rádio e tem o clipe em alta rotação no canal musical brasileiro. O clipe foi gravado entre loiras na famosa Mansão Playboy, na Califórnia.
Mas mesmo com o artifício "loiras da "Playboy'", o Weezer está longe de ser uma banda sexy. Seu líder, River Cuomo, é talvez o sujeito mais nerd do rock e suas letras, invariavelmente, versam sobre dor-de-cotovelo e a sensação de ser um zero à esquerda.
"O estranho mundo do Weezer", foi título de capa da revista "Rolling Stone" de abril, véspera de a banda lançar "Make Believe" e de ser uma das maiores atrações do Coachella Festival. "River Cuomo não faz sexo há dois anos, mas ele está pronto para botar pra quebrar", dizia a "Rolling Stone" sobre o notório cantor e guitarrista que tem 35 anos, mas ainda se expressa como um adolescente.
Cuomo merece o rótulo e não é de hoje. Um ano depois de ter vendido cerca de 6 milhões de cópias com o álbum de estréia, em 1995 ele deixou a cena perplexa quando resolveu interromper as turnês e botar a banda na geladeira para a voltar a estudar.
O Weezer vai cumprir intensa agenda de shows antes de desembarcar no Brasil. A banda está no meio de uma turnê pela América do Norte. No final do mês, estrela o Lollapalooza em Chicago, parte para tocar em dois festivais japoneses e encara ainda um giro de apresentações pela Europa que só vai acabar no final de agosto.

Curitiba é "Rock"
Tradicionalmente em maio, o Curitiba Rock Festival quase não ocorre em 2005. Esta terceira edição esteve ameaçada depois que o evento perdeu o apoio da prefeitura local. Graças a novo patrocínio, mudou de nome (era "Pop", não "Rock") e de data, e tentou trazer New Order e Strokes.
O festival nasceu independente em 2003 e trouxe para o Paraná as bandas Breeders e Stereo Total. Atraiu 4.000 pessoas, que couberam no teatro Ópera de Arame. No ano seguinte, ousou bancar um show da turnê da grande volta dos Pixies. Virou megaevento.
A expectativa criada em torno da única apresentação dos Pixies na América Latina fez o festival ser transferido para a enorme pedreira Paulo Leminski e mais do que dobrou o público em relação ao ano anterior. A correria aos ingressos foi insana. A princípio para 4.000 pessoas e para o Ópera de Arame, o festival vendeu 2.500 entradas em duas horas. A carga restante, colocada na internet, acabou em 20 minutos. O furor obrigou o então Curitiba Pop Festival a ser transferido para a pedreira. E transferiu também o festival para a categoria dos grandes eventos de música jovem no Brasil.
O Curitiba Rock Festival 2005 será realizado nos dias 24 e 25 de setembro. A realização na pedreira Paulo Leminski ainda depende da viabilização técnica do local, que no dia 23 abriga um show da cantora teen Avril Lavigne.
A proposta do festival paranaense é fechar de 15 a 20 bandas, entre as internacionais e as do novo rock nacional. Outra banda cultuada no âmbito do rock independente, o Fantômas, pode ser a atração do domingo do CRF (dia 25). O grupo é um projeto de rock experimental do excêntrico Mike Patton, que já comandou as massas na música pop nos anos 90, quando liderava o Faith no More.

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