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Arquivo do Rock Brasileiro resgata pérolas no MIS
Projeto que envolve exposição, site, música e filmes abre hoje em SP; gravações foram recuperadas e digitalizadas
Mostra traz imagens dos protagonistas do rock nacional a partir dos anos 50, discos, revistas, livros e peças de colecionadores
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando Nora Ney cantou, no
inglês que lhe foi possível, o célebre "one, two, three o'clock,
four o'clock, rock" que abre o
clássico "Rock Around the
Clock", estava lançada no Brasil, em 1955, a moda do rock.
É para registrar esse e outros
marcos da história do "ritmo da
juventude" no país que foi criado o projeto Arquivo do Rock
Brasileiro, que abre hoje uma
exposição no Museu da Imagem e do Som de São Paulo.
A mostra tem imagens históricas dos protagonistas do rock
brasileiro a partir da década de
1950, feitas pelos fotógrafos
Mário Luiz Thompson e Conceição Almeida e também retiradas do acervo do jornalista
Antônio Aguillar.
Às imagens somam-se gravações dos primórdios do rock
nacional, recuperadas pelo Instituto Moreira Salles, como a
versão de Nora Ney mencionada acima e uma gravação de
Cauby Peixoto para o que a
mostra identifica como o primeiro rock composto no Brasil,
"Rock n" Roll em Copacabana"
feito por Miguel Gustavo e registrado em 1957.
Há ainda discos de vinil, livros, revistas, objetos dos músicos e peças de colecionadores,
ajudando a construir um panorama das mudanças de comportamento da juventude urbana brasileira, a partir da segunda metade da década de 50.
Site e cinema
A exposição no MIS é apenas
uma parte do ambicioso Arquivo do Rock Brasileiro, criado e
mantido pela Associação Cultural Dynamite, com patrocínio da Petrobras, por meio da
Lei Rouanet -foram captados
cerca de R$ 190 mil.
Amparado também por um
site (www.arquivodorock.com.br) que terá, até o fim
deste mês, 600 gravações recuperadas e digitalizadas, o projeto tem curadoria do jornalista e
pesquisador Ayrton Mugnaini
Jr. e organização de André
Cagni, da Dynamite.
"O objetivo principal é resgatar e mapear canções e artistas
representativos do rock nacional, muitos deles esquecidos e
jamais lançados em CD", diz
Cagni em entrevista à Folha.
Simultaneamente à exposição -que deve ser levada a outras cidades-, o MIS também
sediará, de 17 a 22 de julho, a
mostra "Arquivo do Rock no
Cinema Brasileiro".
Nela, serão exibidos curtas
como "Essa Rua Tão Augusta"
(1968), de Carlos Reichenbach,
que mostra a via paulista em
1967, quando os jovens dançavam ao som do rock no Teatro
Record, e "Tanta Estrela por
Aí..." (1993), de Tadeu
Knudsen, em que Rita Lee interpreta Raul Seixas numa história baseada em um caso real.
Shows
O evento é completado por
uma série de shows, nos sábados entre 14/7 e 4/8, dos grupos
Made in Brazil (14/7), The Jordans (21/7), do cantor Ricardo
Soares (28/7) e da banda Violeta de Outono (4/8), sempre às
21h, com ingressos entre R$ 15
e R$ 10 (com meia-entrada).
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
EXPOSIÇÃO ARQUIVO DO ROCK
BRASILEIRO
Quando: abertura hoje; ter. a dom., das
10h às 18h; até 5/8
Onde: Museu da Imagem e do Som
(av. Europa, 158, São Paulo, tel.
0/xx/11/3062-9197)
Quanto: R$ 3 (meia-entrada,
R$ 1,50); sáb.: grátis
ARQUIVO DO ROCK NO CINEMA
BRASILEIRO
Quando: de 17 a 22/7, às 19h e 21h
Onde: auditório e sala multimídia do
MIS
Quanto: auditório: R$ 8 (meia-entrada, R$ 4); sala: grátis
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