São Paulo, sábado, 11 de julho de 2009

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TELEVISÃO

crítica

Novo "Arquivo X" observa o homem como ser moral

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O principal mistério de "Arquivo X: Eu Quero Acreditar" (TC Premium, 22h; 12 anos) é que não há mistério. Logo de cara, a ex-agente Scully decifra o único ser misterioso da história, o padre Joe: cabeludo, pedófilo e, mais grave que tudo, fumante.
Ah, padre Joe também se diz médium, mas Scully não leva fé. Sua observação do humano é meramente moral e sua atitude, punitiva. Esse é o olhar do filme. O homem é um ser sem espessura. Há o certo e o errado, o decente e o indecente. Qualidades atemporais, supõe-se. Nada a ver com incerteza, pecado, arrependimento.
Há algo de sinistramente pós-psicanalítico na abordagem da ciência, que iguala a monstruosidade dos vilões e a heroína, ambos identificados na crença de que a ciência tudo pode. O solo está dado. Só os distingue o comportamento: moral ou imoral.


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