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Ator de "Glee" diz que se acostumou a atuar sobre rodas
Sem deficiências na vida real, Kevin McHale vive um paraplégico na série e disputou papel com cadeirantes
Texano acha que seu personagem não deve voltar a andar e quer cantar uma música de Tim Maia na comédia
VITOR MORENO
DE SÃO PAULO
Paraplégico, Artie Abrams
se levanta e começa a cantar
e a dançar. A sequência, que
ocorreu em um sonho e deve
se repetir em outros episódios de "Glee", foi libertadora para o personagem, mas
tudo em que o ator Kevin
McHale, 22, conseguia pensar era: "Cadê a minha cadeira de rodas?".
Em São Paulo para divulgar os episódios inéditos da
primeira temporada, que voltam a ser exibidos na próxima quarta, o ator, que não
tem nenhuma deficiência física na vida real, contou à
Folha que se sente "confortável" de atuar sobre rodas.
Ele diz que disputou o papel com atores que são cadeirantes de verdade. "Não sei
se isso traria aspectos diferentes ao personagem. Por
sorte, gostaram de como eu
apresentei o Artie", explica.
Para ele, a série acerta ao
fugir do estereótipo. "O mais
divertido é o fato de ele não
ser só um paraplégico, mas
um garoto normal que vai à
escola, que é um pateta e que
também é um "nerd"."
"Glee" lidera entre as comédias as indicações ao
Emmy -ao todo recebeu 19.
O resultado sai em agosto.
O texano diz que não tem
regalias nos ensaios, mesmo
fazendo as coreografias sentado. "Aprendo todas as
danças. Depois, tento adaptar o que os outros estão fazendo na cadeira de rodas."
A exemplo da tetraplégica
Luciana, vivida por Alinne
Moraes em "Viver a Vida",
novela que a Globo exibiu
até maio, ele diz receber muito retorno de cadeirantes.
"Se isso ajuda essas pessoas a ter mais representatividade, acho que estamos fazendo algo certo", analisa.
E, como Luciana, ele diz
que não acredita que Artie
volte a andar na série. "Não
seria realista. Deixem-no na
cadeira de rodas!", pede.
QUASE BRASILEIRO
McHale está em sua segunda visita ao Brasil -ele
esteve no país há dois anos.
Desta vez, chegou mais cedo
e só volta aos Estados Unidos
amanhã, quatro dias após os
compromissos profissionais.
O ator esteve em Salvador
e Barra Grande com a família
do brasileiro Daniel Esposito,
que mora no mesmo condomínio dele em Los Angeles.
Assistiu à eliminação do
Brasil na Copa por aqui. Depois do jogo, escreveu no
Twitter: "Brazil. por que?!".
"Achei que ia chorar", conta.
Ele diz que gostaria que os
colegas viessem ao Brasil para uma versão internacional
da turnê que fizeram pelos
EUA. "Estou tentando trazer
todos para cá. Se dependesse
de mim, estaria feito."
E, mesmo sem falar português ("só palavrões"), ele
tem na ponta da língua a música brasileira que cantaria
em "Glee": "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia.
NA TV
Glee
QUANDO qua., às 22h, na Fox
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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