São Paulo, domingo, 11 de julho de 2010

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Ator de "Glee" diz que se acostumou a atuar sobre rodas

Sem deficiências na vida real, Kevin McHale vive um paraplégico na série e disputou papel com cadeirantes

Texano acha que seu personagem não deve voltar a andar e quer cantar uma música de Tim Maia na comédia

VITOR MORENO
DE SÃO PAULO

Paraplégico, Artie Abrams se levanta e começa a cantar e a dançar. A sequência, que ocorreu em um sonho e deve se repetir em outros episódios de "Glee", foi libertadora para o personagem, mas tudo em que o ator Kevin McHale, 22, conseguia pensar era: "Cadê a minha cadeira de rodas?".
Em São Paulo para divulgar os episódios inéditos da primeira temporada, que voltam a ser exibidos na próxima quarta, o ator, que não tem nenhuma deficiência física na vida real, contou à Folha que se sente "confortável" de atuar sobre rodas.
Ele diz que disputou o papel com atores que são cadeirantes de verdade. "Não sei se isso traria aspectos diferentes ao personagem. Por sorte, gostaram de como eu apresentei o Artie", explica.
Para ele, a série acerta ao fugir do estereótipo. "O mais divertido é o fato de ele não ser só um paraplégico, mas um garoto normal que vai à escola, que é um pateta e que também é um "nerd"."
"Glee" lidera entre as comédias as indicações ao Emmy -ao todo recebeu 19. O resultado sai em agosto.
O texano diz que não tem regalias nos ensaios, mesmo fazendo as coreografias sentado. "Aprendo todas as danças. Depois, tento adaptar o que os outros estão fazendo na cadeira de rodas."
A exemplo da tetraplégica Luciana, vivida por Alinne Moraes em "Viver a Vida", novela que a Globo exibiu até maio, ele diz receber muito retorno de cadeirantes. "Se isso ajuda essas pessoas a ter mais representatividade, acho que estamos fazendo algo certo", analisa.
E, como Luciana, ele diz que não acredita que Artie volte a andar na série. "Não seria realista. Deixem-no na cadeira de rodas!", pede.

QUASE BRASILEIRO
McHale está em sua segunda visita ao Brasil -ele esteve no país há dois anos. Desta vez, chegou mais cedo e só volta aos Estados Unidos amanhã, quatro dias após os compromissos profissionais.
O ator esteve em Salvador e Barra Grande com a família do brasileiro Daniel Esposito, que mora no mesmo condomínio dele em Los Angeles.
Assistiu à eliminação do Brasil na Copa por aqui. Depois do jogo, escreveu no Twitter: "Brazil. por que?!". "Achei que ia chorar", conta.
Ele diz que gostaria que os colegas viessem ao Brasil para uma versão internacional da turnê que fizeram pelos EUA. "Estou tentando trazer todos para cá. Se dependesse de mim, estaria feito."
E, mesmo sem falar português ("só palavrões"), ele tem na ponta da língua a música brasileira que cantaria em "Glee": "Não Quero Dinheiro", de Tim Maia.


NA TV

Glee
QUANDO qua., às 22h, na Fox
CLASSIFICAÇÃO 14 anos



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