São Paulo, sábado, 11 de julho de 1998

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Esperança move os Franciscos

da Reportagem Local

Como era de se esperar, nenhum dos porteiros participantes do projeto de Dias e Riedweg conheciam a Bienal, mas garantiam a presença em outubro. "Vou trazer a família e a galera do prédio", garantiu Antonio Francisco da Silva, de Lagoa de Pedra (RN).
Francisco estava bem animado com a possibilidade de estar na Bienal. "Fazer um filme é interessante. Ser famoso, mesmo que por um dia, é bom", disse, digerindo sem problemas a máxima de Andy Warhol, que disse que todo cidadão teria seus 15 minutos de fama.
Mesmo sem conhecer a Bienal, seu conterrâneo, o potiguar José Francisco de Oliveira, natural de Vera Cruz, aceitou participar na esperança de mostrar sua cultura. "Existem filmagens dessas que repercutem mundialmente. Assim podemos mostrar um pouco de nossa cultura. O nosso mundo é muito obscuro, pelo preconceito que os paulistas têm com os nordestinos", disse Francisco.
De Jaguaretama, no Ceará, veio Francisco Nozinho Freire. Era o que mais sentia o dilema arquitetônico que envolve sua profissão. "O elemento que é zelador está em prisão domiciliar. Só sai com autorização do síndico", disse Francisco.
Mais otimista se mostrou o detalhista Francisco Olímpio Marques, de Sítio Alegre, também no Ceará. Afinal, depois de cinco meses e 19 dias como faxineiro, conseguiu ser promovido. "Eu queria ser zelador e tinha dentro de mim essa certeza." (CF)


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