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Esperança move os Franciscos
da Reportagem Local
Como era de se esperar, nenhum
dos porteiros participantes do
projeto de Dias e Riedweg conheciam a Bienal, mas garantiam a
presença em outubro. "Vou trazer a família e a galera do prédio",
garantiu Antonio Francisco da Silva, de Lagoa de Pedra (RN).
Francisco estava bem animado
com a possibilidade de estar na
Bienal. "Fazer um filme é interessante. Ser famoso, mesmo que por
um dia, é bom", disse, digerindo
sem problemas a máxima de Andy
Warhol, que disse que todo cidadão teria seus 15 minutos de fama.
Mesmo sem conhecer a Bienal,
seu conterrâneo, o potiguar José
Francisco de Oliveira, natural de
Vera Cruz, aceitou participar na
esperança de mostrar sua cultura.
"Existem filmagens dessas que repercutem mundialmente. Assim
podemos mostrar um pouco de
nossa cultura. O nosso mundo é
muito obscuro, pelo preconceito
que os paulistas têm com os nordestinos", disse Francisco.
De Jaguaretama, no Ceará, veio
Francisco Nozinho Freire. Era o
que mais sentia o dilema arquitetônico que envolve sua profissão.
"O elemento que é zelador está
em prisão domiciliar. Só sai com
autorização do síndico", disse
Francisco.
Mais otimista se mostrou o detalhista Francisco Olímpio Marques, de Sítio Alegre, também no
Ceará. Afinal, depois de cinco meses e 19 dias como faxineiro, conseguiu ser promovido. "Eu queria
ser zelador e tinha dentro de mim
essa certeza."
(CF)
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