São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Crítica

Macbeth de Welles é simples e memorável

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Consta que Orson Welles devia apresentar seu "Macbeth" (Telecine Cult, 20h05) no mesmo Festival de Veneza de 1948 em que Lawrence Olivier concorreu com a sua versão. Prudente, Orson tirou o filme da competição.
Teria perdido. Olivier era a imagem shakespeariana oficial; Orson, a "fake". É o que ele sempre representou. Desde a adolescência, quando se fazia passar, na Inglaterra, por um grande ator shakespeariano dos EUA.
Sua produção era, no mais, modesta, da Republic. Mas, pensando bem, é ele o mais memorável Macbeth, com seu furor e sua grandeza o predispondo a uma maior desgraça, como que habitando a um só tempo céu e inferno -como observou André Bazin no livro dedicado a Welles (lançado aqui no Brasil pela editora Jorge Zahar).
Foi uma produção difícil, rápida, em que o fator espartano acabou se convertendo em virtude: como num bom série B. Ou como numa bela produção Republic.


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