Christian Gaul/ "Revista da MTV"

Fernanda Torres já foi ao Palácio da Alvorada três vezes, em governos diferentes, para assistir, com diferentes presidentes da República, a filmes dos quais ela participava. Na quinta ela encontrou o presidente Lula e Marisa para ver "Redentor", dirigido por seu irmão, Claudio Torres. Estava acompanhada dos pais, Fernanda Montenegro e Fernando Torres, que também trabalham na fita.
 

Folha - A comida do Palácio é boa?
Fernanda Torres - É ótima. O Palácio é ótimo. Eles [Lula e Marisa] são adoráveis. Ele é engraçadíssimo, tem um senso de humor fabuloso, um carisma absurdo. Contou para nós como conheceu a dona Marisa, do taxista que falava dela, viúva, e que ele também era viúvo. O Claudio [Torres] disse: "Presidente, isso dá um filme".

Folha - E a primeira-dama?
Fernanda - Ela é linda. O Lula é lindo.

Folha - Você achou?
Fernanda - Eles estão lindíssimos. Falei a ele: "Presidente, o senhor está ficando tão bonito que não vai ter mais ator para interpretar o senhor no "Casseta & Planeta". Vão ter que chamar o Thiago Lacerda!"

Folha - Você votou nele para presidente?
Fernanda - Votei no Lula no primeiro turno e no José Serra no segundo. Falei para ele também: "Presidente, eu jamais desejaria esse seu cargo, é um risco de vida". Ele disse que tem duas razões para alguém desejar um cargo público: uma é roubar. A outra é quando você acha que pode mudar alguma coisa. Eu jamais desejaria isso, mas ainda bem que tem alguém que deseja, né?

PERDÃO E ARTE 1
O horário de abertura da Bienal de São Paulo, dia 25, vai mudar. Será uma hora mais tarde, às 19h30. O motivo: a comunidade judaica da cidade não poderia comparecer ao evento porque a data coincide com o Dia do Perdão, o Yom Kippur, um dos mais importantes do calendário judaico. Pela tradição, neste dia os judeus fazem jejum até o pôr-do-sol.
 
O rabino Henry Sobel já tinha até acionado o cerimonial da Presidência da República, pedindo que Lula chegasse mais tarde. "Agora vamos direto da sinagoga para a Bienal", diz ele.

PERDÃO E ARTE 2
Também por conta do Dia do Perdão judaico o Instituto Tomie Ohtake resolveu trazer a família toda da curadora Tamar Manor-Friedman, do Museu de Jerusalém. Ela vem para São Paulo com o marido e os dois filhos.

O MALA
O ministro Antonio Palocci virou alvo na sessão de cinema no Palácio da Alvorada em que foi exibido o filme "Redentor". Um dos personagens era convidado a abrir uma determinada mala em várias cenas do filme. Foi o suficiente para outros ministros que estavam na sessão -entre eles, Ciro Gomes -começarem a gritar: "Abre a mala, Palocci! Abre a mala!". Leonardo Monteiro de Barros, diretor da Conspiração, tranquilizou o ministro: "A mala só abre no final".

PAROU O TRÂNSITO
Recém-chegado de Atenas, de onde trouxe medalha de ouro, o iatista Torben Grael tem se surpreendido com a euforia do público. Ao receber acenos e gritos de uma fã entusiasmada, que dirigia ao lado do ídolo na ponte Rio-Niterói, Grael descontrolou-se no volante e bateu seu Renault Scénic na traseira de um caminhão. O carro teve que ser guinchado e precisará de um novo radiador.

LULA CÁ
Contra Geraldo Alckmin, que apóia José Serra, o presidente Lula: Duda Mendonça levou ao Palácio do Planalto nesta semana peças publicitárias que pretende colocar no ar a partir da próxima semana.
 
Nas peças publicitárias, mostra o tanto de dinheiro que o governo federal investiu na cidade de São Paulo -por causa do bom relacionamento com a prefeita Marta Suplicy.
 
O presidente Lula, no entanto, ainda reluta em se envolver pessoalmente, nesta e em outras campanhas, gravando depoimento e tudo o mais para os candidatos.

QUE SORTE!
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) ganhou duas passagens para o Taiti no Fórum Empresarial, na África do Sul, que terminou nesta semana. É que ele venceu o bingo realizado no avião que trazia os convidados do evento de volta ao Brasil.

PESOS E MEDIDAS
Uma mão, a do ministro José Dirceu (Casa Civil), bate no senador Tasso Jereissati, que hoje comanda a oposição ao governo Lula. Duas outras -as dos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Aldo Rebelo (Articulação Política) afagam. Ao viajar para Fortaleza, há alguns dias, a primeira coisa que Aldo fez foi telefonar para o senador tucano.

NESTA DATA QUERIDA
Festa de arromba em SP hoje: é o aniversário de André Szajman, dono da Trama. Ele mandou montar na sede da gravadora um palco de 10 m. Vai ter show de Sandra de Sá, Rappin Hood, Simoninha e Claudio Zoli e DJs de black music.

BOA NOITE
Marco Bianchi, parceiro de Paulo Bonfá na apresentação do "Rock & Gol", da MTV, deve emplacar projeto próprio no canal em 2005. Acaba de gravar o piloto de uma sátira de telejornal, com piadas sobre o noticiário da semana.

@ - bergamo@folhasp.com.br

COM ALVARO LEME e DANIEL BERGAMASCO

CLÁUDIO ASSIS

"Meu sangue é quente"

O cineasta Cláudio Assis, de "Amarelo Manga", passou a manhã de ontem ao telefone, recebendo solidariedade por ter chamado o diretor Hector Babenco de "imbecil" e "escroto" no Grande Prêmio TAM de cinema brasileiro, na quarta. Mas o apoio veio só de amigos. "De famoso, ninguém ligou", disse Julia Moraes, mulher do diretor. À coluna, Assis disse que não se arrepende de nada.
 

Folha - Bom dia, Cláudio. Tudo bem?
Cláudio Assis - Eu estou bem. Nunca é fácil, né? Não é fácil. Nada é fácil. Mas não me arrependo do que fiz. Fiquei muito constrangido quando estava na Argentina, no começo do ano, num festival em Mar del Plata, e ele [Hector Babenco] falou mal do presidente Lula. Quem pode falar do meu presidente sou eu. Eu, brasileiro, que o elegi. Agora, um argentino [Babenco] falar...

Folha - Mas foi só esse o motivo do seu manifesto?
Assis - O outro motivo foi por causa do festival. Um jogo de cartas marcadas. Não dá. Não dá. Sinceramente...

Folha - Mas se é um jogo, por que você concordou em participar?
Assis - Porque "Amarelo Manga" não é só meu. É dos técnicos, dos atores. Mas no próximo eu não vou mais. Só vou Ao Festival de Brasília. Esse é sério. Lá ganhamos os prêmios de público, imprensa e júri oficial.

Folha - Não foi choro de perdedor ["Amarelo Manga" ganhou só um prêmio, de melhor fotografia]?
Assis - Não. Tive um impulso ali, na hora. Veio o filme ["Amarelo Manga"] na minha cabeça. Eu disse...rapaz! Meu sangue é vermelho e quente. Se houver retaliação, não tem problema. Lutei seis anos para filmar "Amarelo Manga". Passo mais 12 sem filmar.

Folha - Há pessoas que dizem que você estava alcoolizado.
Assis - Vão dizer coisa pior por aí. Ninguém dá a cara pra bater.

CURTO-CIRCUITO

Dom Paulo Evaristo Arns e Evanize Sydow autografam seus livros hoje, às 15h, no Espaço Plínio Marcos, em Pinheiros.
Moda e música estão entre os atrativos da feira Mercado Central, cuja terceira edição acontece hoje e amanhã, na Faculdade das Américas, que fica na rua Augusta.
O filme "Os Normais" inaugura hoje, às 20h, a exibição de filmes ao ar livre na praça Aprendiz das Letras, na Vila Madalena.
É hoje a festa de pré-lançamento da Estação SP Design, espaço que agrega design, moda e gastronomia, na Haddock Lobo.
O Teatro Folha abriga hoje, à meia-noite, a última apresentação da temporada 2004 da peça "Midnight Clowns".
Flores e borboletas estão entre os elementos da coleção verão 2004 da empresária Adelina Silveira, que será lançada na feira Cosmoprof, no Anhembi, de hoje até o dia 14.
É com coquetel o encerramento da mostra de Cristina Schleder, hoje, na galeria Múltipla, a partir das 11h.
O desfile São Paulo Happy Day acontece amanhã, às 16h, no Palácio dos Bandeirantes, em prol do projeto Felicidade.


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