São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Renata Xavier
Carlos conduz a filha, Juliana Paes, na capela do Itanhangá Golf Club

Torniquete
A Polícia Federal vai despachar um delegado para ouvir o juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Federal de SP, sobre o grampo ilegal que capturou diálogo do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O juiz já afirmou na CPI dos Grampos que "em nenhuma hipótese, cogitei ou admiti monitorar qualquer pessoa com prerrogativa de foro, leia-se: desembargador ou ministro do STF. Nunca fiz isso e nunca farei".

TORNIQUETE 2 E o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pode determinar correição na 6ª Vara Federal de De Sanctis a partir da representação que o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) fez contra ele. Detalhe: a 6ª Vara passou por correição e inspeção há menos de um mês. "Estou tranqüilo e aberto a todas as investigações porque tudo o que fiz foi cumprir a minha obrigação de juiz." De Sanctis entrou no foco depois que mandou prender o banqueiro Daniel Dantas, entre outros, na Operação Satiagraha.

DO OUTRO LADO
Ainda os grampos: será julgado hoje pedido de habeas corpus de advogados -entre outros, Nélio Machado, do Opportunity -que são suspeitos de vazar interceptações telefônicas da Operação Furacão, que investigou bicheiros do Rio de Janeiro. Eles pedem que o inquérito que os investiga por determinação do ministro Cezar Peluso seja trancado.

CVV
Os grampos nos bicheiros da Operação Furacão foram autorizados pelo STF e somam mais de 40 mil horas de conversas telefônicas.

ANTICAMELÔ
A Prodam (Empresa de Tecnologia de São Paulo) lança, na próxima segunda, um projeto para tentar reduzir a pirataria de softwares profissionais, o "Cidade Limpa Digital". A idéia é que empresas que atualmente usam softwares ilegais comprem legalmente produtos da Microsoft, IBM, Oracle, CA, Autodesk, Borland e McAfee. As multinacionais concordaram em dar à iniciativa privada descontos entre 5% e 30%, iguais aos que oferecem à prefeitura.

GRADE
Foram analisados 758 processos na primeira fase do mutirão determinado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, em presídios do Rio. Resultado: 12 presos já haviam cumprido pena e foram libertados; 154 foram colocados em livramento condicional; 111 passaram para o regime semi-aberto (em que podem sair caso arrumem emprego); e 74 para o regime aberto (em que podem sair sem qualquer condição).

BARBEIRAGEM
Dentre os casos estudados, o de um barbeiro condenado a 123 anos por três homicídios chamou a atenção: pela lei brasileira, ele só poderia ficar detido por 30 anos. Passou 28 atrás das grades, apesar do bom comportamento e de se enquadrar nas condições de indulto assinado por Lula em 2007.

DENTRO DA LEI
Boa surpresa: o mutirão, feito no Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, de Bangu, e no Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, constatou que não há excesso de detentos nos dois presídios.

QUADRO NEGRO
O Ibope ouviu 1.300 pessoas, em nove regiões metropolitanas, para identificar o nível de conhecimento da população sobre a educação no país. A pesquisa mostrou que 68% dos cidadãos não faz idéia do que as prefeituras estão fazendo -ou não- para o setor. E menos de 1% dos entrevistados disseram considerar as propostas para a educação determinantes para a escolha do novo prefeito. O levantamento foi encomendado pelo projeto Educar para Crescer e será apresentado na próxima segunda-feira.

CARRO VELHO
A SP Turismo negocia a criação de um museu do automóvel no autódromo de Interlagos. A idéia é absorver um acervo de mais de 200 carros antigos, avaliado em cerca de R$ 60 milhões, de um empresário que quer doá-lo à cidade. O milionário, que pediu anonimato, também bancaria a construção do museu.

GILDAS D'OLLONE

"Nunca pagaria R$ 7.500 num vinho"

Há 18 anos à frente dos negócios do respeitado Chateau Pichon Longueville Comtesse de Lalande, Gildas D'Ollone se considera um "tradutor da qualidade do solo" de Bordeaux, na França. Nesta semana, D'Ollone está no Brasil para promover seus vinhos e visitar a filha Margot, 20, que estuda antropologia no Rio.
 

FOLHA - Os consumidores de vinhos top realmente entendem de vinho?
D'OLLONE
- Na Ásia, quem mais entende são os japoneses. Na China e na Rússia ainda se compra pela marca. Nos EUA, em Cingapura e na Inglaterra há muitos especuladores, que fazem o preço do vinho subir muito. No Brasil, o mercado está dividido. Existem os conhecedores, que são de famílias mais antigas, e os novos milionários, amadores, que compram mais para mostrar.
Eles são como vitrines porque, de fato, consomem o vinho e mostram aos amigos.

FOLHA - Até que preço o senhor pagaria em um vinho?
D'OLLONE
- Meu limite são R$ 600, R$ 750. Eu nunca pagaria R$ 7.500 em um vinho. Isso é coisa para colecionadores de rótulos. Os que entendem e gostam de tomar vinho não pagam isso.

FOLHA - A classificação dos vinhos de Bordeaux foi feita em 1855. Não seria o caso de revê-la?
GILDAS D'OLLONE
- O impacto que essa mudança teria, principalmente no setor imobiliário, seria imenso. As terras em que são produzidos um premier cru, como o Latour ou o Lafite, chegam a valer quatro vezes mais do que as dos deuxième cru. Além disso, não precisamos nos preocupar com classificações, pois o mercado é quem comanda o preço dos vinhos de cada safra.

FOLHA - Há dois anos vocês foram comprados pela família Rouzard, dona da champanhe Cristal.
D'OLLONE
- Chegamos a conversar com a Chanel e a Hermès, mas preferimos entregar a um grupo que já tivesse conhecimento do mundo do vinho e uma distribuição mundial. A venda foi uma forma de perpetuar a marca e nosso trabalho. Se não fosse assim, poderia haver um grande problema no futuro com os herdeiros, já que nenhum quer ou está preparado para assumir o negócio da família.

FOLHA - O que mudou nos vinhos de Bordeaux nos últimos anos?
D'OLLONE
- Nossos consumidores são da geração Coca-Cola. Eles foram habituados a tomar coisas doces e isso modificou o paladar. Por isso, querem vinhos mais frutados, com menos taninos, mas que ao mesmo tempo possam ser armazenados por até 30, 50 anos. Os vinhos jovens de hoje são muito melhores do que há 30 anos.

CURTO-CIRCUITO
COMEÇA HOJE e vai até amanhã o 1º Fórum Brasileiro de Direito Desportivo, no hotel Caesar Park Faria Lima.
A AUDI comemora 15 anos no Brasil com quatro dias de exposição de carros, filmes e shows musicais, entre hoje e domingo, no Porão das Artes da Bienal, no Ibirapuera.
EUGENIO MUSSAK lança o livro "Caminhos da Mudança", com coquetel na Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim.
NATALIE KLEIN inaugura hoje na NK Store, nos Jardins, espaços dedicados às marcas Stella McCartney e Missoni.

com JULIANA BIANCHI, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO


Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta
Próximo Texto: Artigo: Beco sem saída do Oficina é escândalo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.