São Paulo, sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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Crítica/ "Uma Prova de Amor"

Com boas atuações infantis, drama questiona a ciência

RONI FILGUEIRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "Uma Prova de Amor", o diretor-roteirista Nick Cassavetes faz incursão a temas psicanalíticos, com desdobramentos que vão da bioética à teoria do sentido, passando pela eutanásia.
E nos apresenta um mosaico humano a partir do drama dos Fitzgerald: Sara (Cameron Diaz) e o marido Brian (Jason Patric) recebem o diagnóstico de que Kate (Sofia Vassilieva), filha de dois anos, tem câncer.
Por meio de manipulação genética, o casal concebe Anna (Abigail Breslin), com o fim de prolongar a vida da irmã, por meio de cirurgias e transfusões.
Até que aos 11 anos Anna contrata um advogado (Alec Baldwin) para impedir os pais de disporem de seu corpo. Como num jogo de xadrez, o diretor investiga, então, as jogadas humanas, cujo nível estratégico é limitado pelo acontecimento maior da morte iminente. Um movimento que conduz a configuração do tabuleiro de drama familiar ao xeque-mate do filme de tribunal.
Mesmo com concessões, excesso de tramas paralelas e longe do brilhantismo de "Alpha Dog", Cassavetes tem o mérito de cutucar com vara curta um vespeiro ético atualíssimo. E mostra como situações-limite são catalizadores de paixões.
Se a família para Cassavetes representa a origem das tragédias, as mães encarnam a natureza selvagem. No entanto, Diaz não foi a melhor escolha para fazer a leoa que briga com Deus para salvar a cria.
O show aqui fica com as jovens Abigail ("Pequena Miss Sunshine") e Sofia (da série "Medium"). Num mundo em que os limites da ética estão cada dia mais fluidos e esgarçados, Cassavetes afirma que a morte pode restituir o sentido das coisas, de forma trágica.


UMA PROVA DE AMOR

Direção: Nick Cassavetes
Produção: EUA, 2009
Com: Cameron Diaz, Abigail Breslin
Onde: Espaço Unibanco de Cinema, Cine TAM e circuito
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom




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