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De Niro salvou Tom Sizemore
NICK HASTED
do "The Independent"
Robert De Niro estava sentado
perto de Tom Sizemore, falando
com urgência. O trabalho deles em
"Heat" havia acabado de terminar.
"Você irá morrer", De Niro falou
para Sizemore. E Sizemore pensava que estava se dando tão bem...
Nos anos anteriores, ele havia se
tornado o psicopata favorito de
Hollywood. Em 96, ele fez uma maratona de atuações elogiadas: "O
Diabo Veste Azul" de Carl Franklin, "Strange Days", de Kathryn
Bigelow, e "Heat", de Michael
Mann, em que era um membro da
gangue de De Niro. Quando criança, Sizemore viu a nobreza de De
Niro em "O Franco-Atirador" e
queria ser aquele homem.
Agora, De Niro estava ao lado dele, dizendo que o uso de heroína
estava matando-o. Os dois estavam no avião particular de De Niro, e o astro estava levando-o para
a salvação. Ele ficaria com Sizemore até que ele ficasse bem.
Três anos depois, Sizemore, 34, é
um símbolo de saúde, livre da droga e usando um crucifixo para demonstrar sua fé. Desde a intervenção de De Niro, ele passou do seu
primeiro papel principal, no filme
de horror "The Relic", ao elogiado
papel do sargento Horvath em "O
Resgate do Soldado Ryan".
"Sou de Detroit, vim de um tipo
de vizinhança violenta", lembra o
ator. "Era uma anomalia, porque
meu pai era um homem de Harvard que vinha de uma família pobre. Dois dos irmãos dele eram traficantes de heroína; um irmão da
minha mãe era cafetão. Embora
meu pai e minha mão fossem completamente limpos, todo essa falta
de regras estava ao meu redor."
²
"Merda Dois"
Como parte dos preparos para o
seu épico sobre o Dia D, Spielberg
mandou Sizemore e outros atores
do pelotão - incluindo Tom
Hanks- para um campo de treinamento, sob comando de um fuzileiro veterano chamado Dale
Dye. "Eu fiquei apavorado lá", ele
se lembra.
"Eles tentam tirar partes da sua
personalidade, trazer à tona sua
natureza agressiva, transformar
você numa máquina assassina.
Eu tive duas discussões com o
Capitão Dye. Ele chamava Tom
(Hanks) de "Merda Número Um' e
me chamava de "Merda Número
Dois'. Os demais eram apenas
merdas.
Chegou num ponto que eu disse:
"Não me chame mais de merda. Eu
não gosto. Eu não sou merda. Estou fazendo meu trabalho aqui e
não faço mais isso'. Mas eu senti
que ele estava tentando enterrar
parte das nossas personalidades
para o bem da unidade da tropa. E
eu passei a usar isso como parte do
meu personagem."
Entre a "salvação" por De Niro
em 96 e a consagração por "Ryan",
Sizemore fez filmes pequenos, distribuídos num circuito mais fechado. "Eu estou tentando trabalhar
com grandes diretores, com bons
roteiros", explica, "e isso torna as
possibilidades muito menores".
²
Tradução Denise Bobadilha
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