São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006 |
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Tom Zé, 70
Para celebrar o aniversário, parceiros como David Byrne fazem perguntas ao músico, que lança CD, faz shows e é tema de filme
RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Tropicalista, reinventor do samba, artista pop excêntrico, influenciador de inúmeros jovens artistas, pensador incansável, cantor cult esquecido, ícone da MPB. Tom Zé já fez muito e já foi muitos nos 70 anos que completa hoje. Mas uma coisa nunca mudou: a originalidade de sua obra. Lançando disco "sem palavras", "Danç-êh-Sá", para marcar o anunciado fim da canção, fazendo show comemorando o lançamento e o aniversário, estrelando documentário sobre sua vida e obra, Tom Zé não chegou aos 70 anos impunemente, nem a música brasileira mexida e remexida por ele. Para marcar a data, a Folha convidou nove amigos, fãs e parceiros a dizer o que gostariam de perguntar a Tom Zé na data de seus 70 anos. Feitas as perguntas, as respostas do compositor -nascido na pequena cidade de Irará, no interior da Bahia, e radicado em São Paulo- você lê na entrevista a seguir. DAVID BYRNE - Por que muitas vezes são as pessoas do interior, de cidades pequenas, que fazem a revolução? Tem algo da sensação de um garoto do interior descobrindo o mundo que nunca vai embora? TOM ZÉ - Dizem que o Nordeste não tem terremoto. Mas tem uma força tão forte lá debaixo da terra que o Nordeste está eternamente trepidando a três graus da escala Richter, uma central atômica, que é o folclore. Eu, Caetano e Gil nascemos sob a égide dessa força, dessa enorme condensação cultural. E não era nem literário -era no visual, no gesto, na dança, no canto e na palavra falada. Uma visão de mundo diferente. Talvez por isso seja mais fácil para os tropicalistas compreender a segunda revolução industrial. ZÉ MIGUEL WISNIK - O que é São
Paulo na sua vida?
JOHN ULHÔA - Canções construídas
de uma maneira mais tradicional,
delicadas, ainda têm espaço em seu
trabalho, que se afirma em sua vertente mais experimental?
MAX DE CASTRO - Por que você acha
que o mesmo trabalho que o colocou no ostracismo nos anos 70 tenha sido aceito como clássico anos
depois -e tenha sido o mesmo trabalho que o tirou do ostracismo?
ELIFAS ANDREATO - Para mim, a
principal questão a ser feita a Tom
Zé é: você se sente ressarcido do calote que lhe deram os tropicalistas?
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