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CRÍTICA COMÉDIA
Blake Edwards conduz "Victor ou Victoria" com delicadeza ímpar
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O travesti é um fundamento importante de muitas comédias. Howard Hawks raramente deixava de criar uma cena em torno disso. Quem levou a troca de sexos aos resultados mais radicais, no entanto, foi seu sucessor, Billy Wilder, com "Quanto Mais Quente Melhor".
Quem melhor levou essa saga adiante foi Blake Edwards, com "Victor ou Victoria" (TCM, 23h35, 12 anos). Ali, em 1934, Julie Andrews é uma cantora que, para conseguir emprego, deve se passar por homem. As confusões serão inevitáveis.
Dito assim, lembra "Tootsie". Na prática é bem diferente, pelo estilo, pelo caráter musical e pelo talento de Edwards, que manejava um argumento complexo com uma delicadeza exemplar.
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