São Paulo, terça-feira, 11 de outubro de 2011

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PARA BELGA VER

Exposição central da Europalia exibe panorama da arte brasileira desde o tempos da colônia até o modernismo

Divulgação
Pintura de autor desconhecido do inicio do século 20 na Europalia

DANIELA ROCHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BRUXELAS

Entre aquarelas de Debret sobre o cotidiano dos escravos no Brasil Colônia e uma série de telas de Tarsila do Amaral, Portinari, Di Cavalcanti e Volpi, a exposição "Brazil.Brasil", no Palácio Bozar, em Bruxelas, consegue traçar um fio condutor que revela a arte brasileira e os seus principais movimentos entre os séculos 18 e 20.
Um andar abaixo, a arte brasileira dos anos 50 até hoje está em destaque na exposição "Art in Brazil", que abre ao público amanhã.
As duas mostras integram a programação do festival bienal Europalia, consagrado este ano ao Brasil.
Até 15 de janeiro, o festival oferecerá mais de 600 eventos de artes plásticas, música, teatro, dança, literatura e cinema brasileiros em várias cidades da Bélgica, França, Holanda e Alemanha.
"Brazil.Brasil" pode ser dividida em três movimentos: o barroco como arte religiosa, tendo como emblema o imponente "São Jorge", de Aleijadinho; o Brasil nação, representado no quadro "A Primeira Missa no Brasil" (1860), de Victor Meirelles; e a expectativa de modernização num país ainda agrário.
"O modernismo ocorreu apenas 30 anos após a Abolição da escravatura. Artistas buscaram a compreensão do que somos, no manifesto 'Tupi or not Tupi', destacado na mostra", diz a curadora Ana Maria Belluzzo.
"Foi um exercício de diálogo. Para nós, era importante traduzir ao público europeu o que é o Brasil fora dos seus clichês, conciliando, claro, com a forma como o Brasil quer se apresentar", explica o diretor de exposições da Europalia Internacional, Dirk Vermaelen.
Segundo ele, esta é a primeira vez que a Europa exibe uma perspectiva brasileira sobre a sua arte contemporânea, já que a "Art in Brazil" é assinada por nove curadores, todos brasileiros.
Dividida em quatro módulos cronológicos, a exibição destaca momentos históricos que repercutem na produção artística, como a ditadura militar (1964-1985) e a inauguração de Brasília (1960).
A próxima grande mostra da Europalia é a "Índios no Brasil", a ser inaugurada no dia 14 de outubro, no tradicional Museu do Cinquentenário, que propõe ao visitante uma "exposição que o levará ao coração da floresta amazônica".
Ainda com foco na natureza, a exposição "Terra Brasilis", com cocuradoria do brasilianista Eddy Stols, será aberta no dia 20 e coloca em evidência a influência recíproca entre a Europa e o Brasil no período do Descobrimento e a exploração da fauna e da flora brasileiras.


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