São Paulo, Quinta-feira, 11 de Novembro de 1999
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CRÍTICA
Filme propõe pequena revolução

ALVARO MACHADO
especial para a Folha

"Eu quero ser diferente." "Eu só quero ficar doidona." "Daqui a 25 anos? Isso não existe." Essas frases são ditas por teens da pequena cidade de Amal, na Suécia, personagens do filme "Fucking Amal" (98). Eles procuram afirmação individual numa sociedade programada para torná-los previsíveis e semelhantes entre si.
O filme entra em breve no circuito brasileiro, com o título "Amigas de Colégio", e abre hoje o Mix Brasil.
A escolha é perfeita, pelo fato de a fita mostrar que assumir a homossexualidade pode significar uma pequena revolução, num meio ajustado para eternizar a trindade "machismo-competição-consumo", sob a qual a moçada disputa o celular e a(o) menina(o) mais quente.
Perceber os lances da própria identidade, incluindo o perfil sexual, não é coisa feita sem riscos, conflitos e auto-observação, o que implica em difíceis momentos de solidão, conta o roteirista e diretor estreante Lukas Moodysson, 30.
O resultado é sincero como um diário adolescente pontuado pela emoção da descoberta. Resta desejar longa vida ao diretor Moodysson.


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