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MUSEU
Construção da filial do museu pode custar até R$ 1 bilhão, o dobro do que foi gasto com o de Bilbao, na Espanha
Favela pode sediar Guggenheim brasileiro
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
"As vistas mais bonitas para o
mar são dos morros. Seria uma
surpresa. Temos de sentir a vibração do lugar", disse Thomas
Krens, presidente da fundação
Guggenheim, cogitando a possibilidade de construir a filial brasileira do museu Guggenheim numa favela carioca durante entrevista ontem pela manhã.
A possibilidade da construção
do museu no Forte de Copacabana foi praticamente descartada
por Krens, embora o local seja o
preferido do prefeito do Rio, Luiz
Paulo Conde, e do governador
Anthony Garotinho.
"Nosso papel não é botar um
museu para decorar a cidade.
Queremos um projeto político,
que tenha impacto social", disse
Krens, lembrando que essa foi
uma característica da filial de Bilbao, que revitalizou uma área degradada da cidade.
Outra preocupação de Krens é
com o transporte, uma vez que a
construção do museu no Forte
poderia representar um caos no
trânsito. Krens visitou ontem os
outros três locais sugeridos por
Conde e Garotinho: o Píer Mauá,
a Praça 15 e as proximidades do
aeroporto Santos Dumont.
A versão do museu Guggenheim no Brasil custará pelo menos o dobro do que foi gasto na famosa filial de Bilbao, na Espanha.
Segundo o banqueiro Edemar
Cid Ferreira, parceiro do projeto
com a fundação Guggenheim, a
construção do museu vai exigir
um investimento de US$ 300 milhões podendo chegar a US$ 500
milhões, o que dá quase R$ 1 bilhão. Em Bilbao, o custo foi de
US$ 110 milhões.
O orçamento inclui a construção de um hotel, de um shopping
center e de um centro de convenções. "Serão os financiadores e
mantenedores do projeto", disse.
Na comitiva da fundação Guggenheim, também veio o arquiteto Frank O. Gehry, autor do projeto modernoso de Bilbao. Ele lembrou que é prematuro dizer que o
museu levará sua assinatura. Mas
ressaltou que seus projetos sempre contam com arquitetos locais.
Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake
têm sido apontados como possíveis colaboradores.
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