São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2000

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MUSEU
Construção da filial do museu pode custar até R$ 1 bilhão, o dobro do que foi gasto com o de Bilbao, na Espanha
Favela pode sediar Guggenheim brasileiro

CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

"As vistas mais bonitas para o mar são dos morros. Seria uma surpresa. Temos de sentir a vibração do lugar", disse Thomas Krens, presidente da fundação Guggenheim, cogitando a possibilidade de construir a filial brasileira do museu Guggenheim numa favela carioca durante entrevista ontem pela manhã.
A possibilidade da construção do museu no Forte de Copacabana foi praticamente descartada por Krens, embora o local seja o preferido do prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, e do governador Anthony Garotinho.
"Nosso papel não é botar um museu para decorar a cidade. Queremos um projeto político, que tenha impacto social", disse Krens, lembrando que essa foi uma característica da filial de Bilbao, que revitalizou uma área degradada da cidade.
Outra preocupação de Krens é com o transporte, uma vez que a construção do museu no Forte poderia representar um caos no trânsito. Krens visitou ontem os outros três locais sugeridos por Conde e Garotinho: o Píer Mauá, a Praça 15 e as proximidades do aeroporto Santos Dumont.
A versão do museu Guggenheim no Brasil custará pelo menos o dobro do que foi gasto na famosa filial de Bilbao, na Espanha.
Segundo o banqueiro Edemar Cid Ferreira, parceiro do projeto com a fundação Guggenheim, a construção do museu vai exigir um investimento de US$ 300 milhões podendo chegar a US$ 500 milhões, o que dá quase R$ 1 bilhão. Em Bilbao, o custo foi de US$ 110 milhões.
O orçamento inclui a construção de um hotel, de um shopping center e de um centro de convenções. "Serão os financiadores e mantenedores do projeto", disse.
Na comitiva da fundação Guggenheim, também veio o arquiteto Frank O. Gehry, autor do projeto modernoso de Bilbao. Ele lembrou que é prematuro dizer que o museu levará sua assinatura. Mas ressaltou que seus projetos sempre contam com arquitetos locais. Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake têm sido apontados como possíveis colaboradores.


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