São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

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Black Eyed Peas traz seu rap pop às terras brasileiras

Após se apresentar em Porto Alegre para 12 mil pessoas, banda faz shows em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília

Autor de hits como "Where's the Love", grupo é formado pelos MCs Will, Apl.De.Ap e Taboo e pela musa teen Fergie


ADRIANA KÜCHLER
DO GUIA DA FOLHA

Unir numa mesma gravação James Brown, Michael Jackson, Prince e Quincy Jones. O que pode parecer sonho para muito produtor e fã de música é projeto viável para Will.i.am, líder da fábrica de hits de rap pop Black Eyed Peas. Ele já gravou com Brown, fez uma jam na casa de Prince e acaba de ser convidado para participar do novo álbum de Jackson. "Vou gravar esse encontro em três meses.
Se eu não fizer, pode me bater da próxima vez em que eu vier ao Brasil."
A promessa foi feita à Folha horas antes de a banda, formada pelos MCs Will, Apl.De.Ap, Taboo e pela musa Fergie, se apresentar em Porto Alegre para cerca de 12 mil teens e pós-teens. O show em São Paulo acontece hoje, às 21h30, no Anhembi. Na segunda visita ao país (a primeira foi em 2004), a banda ainda se apresenta em Belo Horizonte (amanhã) e em Brasília (dia 14). A turnê faz parte do evento Planeta Terra, que trouxe Jamiroquai em março e Pearl Jam em 2005.
O Black Eyed Peas começou em 1995 como um trio de hip hop e lançou dois álbuns sem muita expressão. Mas foi depois da entrada da barbie loirinha Fergie que a banda estourou nas rádios com hits como "Where's the Love", "Don't Lie" e "Let's Get Retarded", dos discos "Elephunk" (2003) e "Monkey Business" (2005).
Mas Will não dá tanto crédito à moça, que acaba de lançar o CD solo "Fergie as the Dutchess". "Nosso terceiro disco já estava pronto quando encontramos a Fergie. O que aconteceu é que aprendemos sobre marketing e aplicamos isso ao nosso grupo."

Carnaval e feijoada
Antes de aderir às técnicas de marketing, uma das principais referências da banda era o brasileiro Jorge Ben Jor. Em 1999, o músico entrou com um processo contra o BEP por usar trechos de suas músicas sem autorização. "Nós procuramos o Jorge, mas não conseguimos localizá-lo. Ele processou a gente antes de saber disso, mas agora está tudo ok", diz Will.
Tiveram mais sorte, no entanto, com outro brasileiro, Sérgio Mendes. Will convidou o pianista para participar de "Elephunk" e incentivou Mendes a voltar a gravar. O resultado é o álbum "Timeless", que concorreu ao Grammy neste ano. Sem dar muitos detalhes, Will conta que, no Carnaval de 2007, ele e Mendes farão um grande show com Quincy Jones no Brasil.
Com Mendes, Will aprendeu a ser disciplinado. "Eu queria gravar às 15h, mas ele mandava começar às 11h. Em oito horas, fazíamos quatro músicas."
Com a mulher de Mendes, tentou aprender a fazer feijoada. "Não deu muito certo." Da bossa ao pop, Will incrementa seu currículo de parcerias musicais. Outro músico que decidiu voltar a gravar com uma mãozinha dele foi Michael Jackson. Depois de passar quatro dias na casa do ícone pop na Irlanda, Will conta que Michael quer em seu novo álbum um som "bonito, que vá fundo ao coração". James Brown foi um elemento de ligação entre os dois. "Ele ficou impressionado porque gravamos com o "sr. Brown'", diz Will, imitando Michael com uma voz afeminada. "Mas nós fizemos primeiro."


BLACK EYED PEAS
Quando:
hoje, às 21h30, em SP, amanhã, em Belo Horizonte, dia 14, em Brasília
Onde: Arena Skol Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.209., tel. 0/xx/11/3511-9400); Estádio Governador Magalhães Pinto (0/xx/ 31/3499-1154) e Ginásio Nilson Nelson (0/xx/61/3326-4047)
Quanto: de R$ 100 a R$ 200; de R$ 70 a R$ 300; de R$ 50 a R$ 200


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