São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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Polanski finaliza novo filme em prisão na Suíça

Diretor trabalha diariamente no longa, que deve ser lançado em dezembro nos EUA

"The Ghost", thriller político com Pierce Brosnan e Ewan McGregor, já estava quase pronto antes da detenção do cineasta, em setembro


LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A POTSDAM (ALEMANHA)

O novo filme de Roman Polanski está pronto e será lançado no fim deste ano, esteja o diretor na prisão ou não, afirmou à Folha o executivo-chefe do estúdio por trás de "The Ghost". Segundo Carl Woebcken, mesmo preso, o cineasta trabalha todos os dias em seu thriller político.
O prazo de entrega da produção, diz Woebcken, é a próxima semana. A data de estreia na Europa é fevereiro (provavelmente no Festival de Berlim), mas o filme entrará em circuito restrito nos EUA já no próximo mês, afirma o CEO do Studio Babelsberg, em Potsdam. A casa produziu "O Pianista", que deu a Polanski o Oscar de 2003.
"Faltam ainda ajustes mínimos de som", disse Woebcken sobre o longa do cineasta franco-polonês, detido desde 26 de setembro em Zurique onde aguarda extradição para os EUA. Ele responde a um processo de 1978 por "sexo ilegal" com uma menina de 13 anos.
"Roman tem contato com o principal produtor do filme e o supervisor de produção. Pode fazer isso [os ajustes] diariamente, assistindo aos DVDs e fazendo comentários", afirmou. "Ele é um perfeccionista, mas não há risco de atraso."
A Folha assistiu a 15 segundos de "The Ghost", que tem Pierce Brosnan como um ex-premiê britânico e Ewan McGregor como escritor contratado para terminar a "autobiografia" do político após o ghost-writer anterior morrer de modo bizarro. John Belushi e Kim Cattrall também atuam.
Nas cenas, Brosnan diz a McGregor que tomou uma decisão que "não atendia aos interesses dos EUA". O político é supostamente fictício, mas o autor do livro que inspira o filme, Robert Harris, já insinuou que pensou em Tony Blair. No estúdio em Potsdam, a capa da autobiografia fake usada em cena foi recheada com a biografia do ex-premiê trabalhista.
Indagado se haverá lançamento mesmo com Polanski preso, Woebcken assentiu. "Tivemos a sorte de o filme estar em grande medida pronto quando ele foi preso." O departamento de relações públicas calcula que, se houver impacto comercial, ele será positivo.

Audiência em um mês
Polanski, que vive na França, foi preso ao desembarcar em Zurique para um festival de cinema no qual seria homenageado. A ordem foi emitida com base em um mandado de prisão dos EUA, de onde fugiu em 1978 durante seu julgamento.
O momento foi questionado na Suíça, país que o cineasta visita com frequência e onde tem uma casa de férias.
O diretor, que admitiu ter tido a relação em 1977, alega que não teria julgamento imparcial nos EUA -o juiz à frente do caso, hoje morto, era descrito tanto pela defesa quanto pela acusação como excessivamente midiático. Polanski, 76, afirma que o sexo foi consensual, mas a menina, Samantha Geimer, declarou ter sido dopada.
Em 22 de outubro, os EUA solicitaram a extradição ao governo suíço, que negara fiança ao diretor. Os argumentos do caso devem ser apresentados em 10 de dezembro em Los Angeles, sem direito a apelação por ser Polanski um foragido.



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