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POLÍTICA CULTURAL
Cidade foi escolhida para abrigar o evento em janeiro de 2004; intenção é monitorar produção global
SP sediará 1º Fórum Mundial de Cultura
ISRAEL DO VALE
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM SALVADOR
Os olhos mais atentos do mundo das artes voltam-se para São
Paulo em 2004. Durante dez dias,
a cidade será uma ONU Cultural,
com representações de todos os
continentes desdobradas em conferências, mostras e espetáculos,
base da primeira edição do Fórum Mundial de Cultura.
É o principal evento para as comemorações dos 450 anos da cidade - justamente em janeiro,
mês do aniversário.
Itinerante e trienal, o Fórum
Mundial de Cultura vem sendo
acalentado desde 1997. A idéia
surgiu de conferências na França
e Itália, promovidas por organismos de cooperação mundial focados em cultura, mas ganhou impulso em 1998, a partir de um encontro organizado pela ONU e a
Unesco em Estocolmo.
"A intenção é criar meios de
monitorar a cultura global e inverter esta mão única estética, na
produção e distribuição", diz Ruy
Cezar Silva, diretor do Instituto
Casa Via Magia, de Salvador, um
dos principais articuladores para
a vinda do Fórum ao Brasil.
Também pleitearam o evento
África do Sul, Emirados Árabes,
Hong Kong, México, Argentina,
França e EUA - todos retiraram
as candidaturas em favor do Brasil. "O ponto decisivo foi a facilidade de interlocução do Brasil
com o mundo árabe, Ásia, África
e América Latina, num momento
em que há tanta restrição à circulação de pessoas na Europa e
EUA", explica Cezar Silva.
A escolha de São Paulo como cidade-sede deve-se não só à infra-estrutura, mas à multiplicidade
cultural que a cidade já comporta.
Rio e Salvador manifestaram interesse. "Não queríamos fazer um
leilão", diz Cezar Silva.
A preocupação de desvincular o
Fórum Mundial do poder público
gerou uma série de articulações
com a sociedade civil. "Os primeiros que procuramos foram o Sesc
e o Itaú Cultural", lembra Cezar
Silva. Outra adesão de peso foi a
do Gife, o Grupo de Instituto e
Fundações, que congrega cerca de
60 centros culturais privados brasileiros.
O envolvimento do Gife não implica o comprometimento automático de todas as instituições
que o integram, diz Rebeca Raposo, diretora-executiva do grupo.
O calendário preparativo prevê
fóruns regionais em vários pontos
do planeta. O principal deles, na
América Latina, está programado
para junho, no México. O Rio sedia a etapa brasileira, em setembro -o formato do Fórum Mundial de Cultura será definido a
partir de todas estas discussões.
Na semana passada, a Fundação
Ford aprovou a liberação de verba
para a montagem de um banco de
dados que reunirá o conteúdo de
todas as redes de informação culturais já estruturadas no mundo.
O trabalho começa em janeiro.
O conceito das redes de informação norteia todo o projeto. O
Mercado Cultural soteropolitano,
que teve sua quarta edição encerrada no último domingo, é apenas o cume brasileiro deste iceberg que propõe novas vias de circulação de bens culturais.
"O Mercado Cultural baiano é
uma plataforma inspiradora", diz
o diretor regional do Sesc paulista, Danilo Santos de Miranda. Segundo ele, a instituição imobilizará toda sua estrutura, física e de
pessoal, para abrigar o Fórum.
O custo estimado é de cerca de
US$ 8 milhões, que seriam financiados por órgãos de abrangência
mundial, fundações internacionais e iniciativa privada. A operação fica com as redes de informação, espécies de ONGs que atuam
na aproximação de agentes culturais. O braço latino-americano
(www.redlat.org) é presidido pelo colombiano Octavio Arbeláez
Tobón, com financiamento da
Fundação Rockefeller.
O jornalista Israel do Vale viajou a convite da produção do Mercado Cultural
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