São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros FOCO Rosângela Rennó transforma leilão de arte em performance GUSTAVO FIORATTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O que determina o valor de uma peça de arte? A obra em si? O nome e a história de seu autor? Especulações de mercado podem inflar os preços? Anteontem, essas perguntas alçaram voo com a proposta da artista mineira Rosângela Rennó para a Bienal. Na performance "Menos-Valia", ela levou a leilão os objetos que expôs nesta edição da mostra -que acaba amanhã no parque Ibirapuera. As peças vendidas foram confeccionadas a partir de antiguidades compradas em feiras e antiquários ao redor do mundo. Alguns objetos passaram apenas por uma limpeza ou por simples conserto, diz a artista. Outros foram modificados. O leilão aconteceu no próprio prédio da Bienal, com a presença de curadores, colecionadores e galeristas. Estavam lá, por exemplo, Adriano Pedrosa, que será cocurador da próxima Bienal de Istambul, o banqueiro e colecionador José Olympio Pereira e o diretor da Pinacoteca do Estado, Marcelo Araújo. Boa parte dos lotes tiveram preços entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. A peça de valor mais alto se chama "Bicho Polaróide", colagem de duas câmeras com resultado que alude diretamente aos famosos "Bichos", de Lygia Clark. O lance inicial era de R$ 170. Depois de acirrada disputa, o trabalho foi arrematado por R$ 52 mil. Não são valores muito distantes do praticado em galerias. A obra de Rennó que atingiu maior cotação de venda até hoje, "Matéria de Poesia", foi negociada por US$ 44 mil (cerca de R$ 75,4 mil). Mas esse preço pode ser explicado, em parte, pelo alto custo de produção do trabalho, com utilização de materiais importados. No total, o leilão arrecadou R$ 660 mil. Parte do dinheiro será aplicado na confecção de livro destinado à documentação da performance. Para Rennó, sua intenção não foi fazer comércio, mas expor o leilão como trabalho artístico, levantando questões sobre o valor da arte. Texto Anterior: Livro reúne toda a obra de Eckhout Próximo Texto: Crítica/Biografia: Historiador narra a vida com rigor e afeto Índice | Comunicar Erros

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