São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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Karabtchevsky quer "repertório diferenciado" para Heliópolis

Maestro estreia em abril com a Sinfônica, que terá 15 músicos a mais

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Repertório ousado, solistas internacionais e uma nova turnê europeia devem marcar a gestão do maestro paulista Isaac Karabtchevsky, 75, como diretor artístico do Instituto Baccarelli. No cargo, além da Sinfônica Heliópolis, o regente comanda mais três orquestras e 17 coros. A estreia acontece em 6/4, na Sala São Paulo, com uma ambiciosa obra coral-sinfônica: a "Sinfonia nº 2 - Ressurreição", de Mahler.
A Sinfônica Heliópolis está convidada para tocar em outubro na edição 2011 do Europalia, festival de artes bienal na Bélgica, que terá o Brasil como tema em 2011.
"Vamos oferecer aos músicos da orquestra a oportunidade cultural de interpretar um repertório diferenciado, abarcando vários estilos", diz Karabtchevsky, que também dirige a Petrobras Sinfônica (RJ) e pretende atrair solistas de prestígio para se apresentar com a sinfônica.
"Não quero repetir a programação feita pelas outras orquestras de São Paulo." Edilson Ventureli, diretor executivo do Instituto Baccarelli, diz que a vinda do regente é parte de um projeto de incremento das atividades da entidade, que realiza trabalho pedagógico e musical junto comunidades carentes.
"No ano que vem, o grupo de 75 músicos que compõe a Sinfônica Heliópolis será ampliado para 90", diz. "Pretendemos ampliar em 80% o montante das bolsas recebidas por eles." Hoje, o valor é de R$ 450 a R$ 1.200 por mês para cada jovem músico.
Ventureli afirma que a saída do antecessor de Karabtchevsky, Roberto Tibiriçá, que dirigiu a sinfônica desde 2005, deveu-se a problemas de agenda.
"Ele deveria fazer 88 ensaios por ano, mas nos passou uma agenda de 2011 na qual estaria disponível apenas em 32. Então, tivemos que buscar uma alternativa."
Tibiriçá diz não ter tido "chance de conversar" e que a saída não foi uma decisão sua. "O que eu ganhava lá era praticamente [um trabalho] voluntário. Não posso sobreviver só com o que recebia lá, mas estou muito triste, porque aquilo era minha vida."

Colaborou ELISANGELA ROXO, de São Paulo


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