São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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Fernanda Torres estreia coluna hoje na Ilustrada

Primeira brasileira a ganhar o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, ela diz "desconfiar de si mesma'

Aos 45 anos, irá revezar com o médico Drauzio Varella e pretende falar de arte, literatura e comportamento

MARCOS FLAMÍNIO PERES
DE SÃO PAULO

Uma das mais premiadas atrizes brasileiras, Fernanda Torres diz sentir, aos 45 anos, "uma profunda desconfiança" de si mesma.
"Esse será meu maior ponto de contato com os leitores da Ilustrada" -onde passa a escrever a partir de hoje, revezando aos sábados com o médico Drauzio Varella.
Vem se juntar a Luiz Felipe Pondé (segundas), João Pereira Coutinho (terças), Marcelo Coelho (quartas), Contardo Calligaris (quintas), Carlos Heitor Cony (sextas) e Ferreira Gullar (domingos).
Ela se mostra surpresa ao se dar conta de que será a única colunista mulher da contracapa do caderno. "Espero não envergonhar nem os meus companheiros nem o meu gênero", brinca.
Seu leque de interesses é amplo. "Gosto de ciência, história, comportamento, literatura e arte", diz. "Mas adoraria entender de física, matemática, filosofia, geologia, poesia...", completa.
Diz se interessar em tecer relações entre áreas diferentes e acredita que a Ilustrada será o palco adequado para isso -"é um caderno mais próximo de mim".
De fato, no artigo de estreia, a colunista discute a tensão entre "carne e espírito" em duas releituras da Bíblia: o "Gênesis", do quadrinista americano Robert Crumb, e o afresco narrativo "José e Seus Irmãos", do alemão Thomas Mann. "O Natal está perto, e essas são obras caras a mim."
Ao longo deste ano, Torres comentou na Folha os desdobramentos da campanha presidencial. Avalia que a experiência a ensinou que "não adianta prever nenhum tema" sobre o qual tratar. "De certa maneira, você vai adoecendo de um assunto até conseguir se livrar dele."
Além disso, desenvolver o raciocínio em um tamanho exato "foi um grande aprendizado", afirma.

CANNES
Aos 20 anos, ela foi a primeira brasileira a ganhar o prêmio de melhor interpretação feminina em Cannes, por "Eu Sei que Vou te Amar" (1986), de Arnaldo Jabor.
Também trabalharia com os diretores Walter Salles, em "Terra Estrangeira" (1996), e Bruno Barreto, em "O que É Isso, Companheiro?" (1997), que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Nos palcos, foi sucesso ao interpretar "Orlando" (1989), de Virginia Woolf, em montagem de Bia Lessa.
Participou de novelas da Globo, mas a consagração na TV veio com a série "Os Normais" (2001-2003), que quebraria recordes de audiência nas noites de sexta e se tonaria cult, além de dar origem a dois longas com boa recepção nos cinemas.
Sucesso à parte, Torres se mostra humilde. "Não há nada mais duvidoso do que uma atriz que escreve. Vamos ver se tenho fôlego..."


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