JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Boas notícias para aqueles que estejam planejando as comemorações enogastronômicas típicas desta época do ano e queiram manter o orçamento dedicado a Baco em um nível camarada: há nas lojas e importadoras da cidade uma respeitável seleção de vinhos com ótima relação entre preço e qualidade.
Na ala dos brancos, uma das boas pedidas é o Sauvignon Blanc 98 da Trapiche, uma secular adega argentina que está produzindo vinhos interessantes e frutados, de estilo bem moderno.
Esse Sauvignon, de corpo médio, impressiona tanto pelo aroma intenso como pelo sabor equilibrado e rico, que lembra banana e manga muito maduras.
Mais encorpado, o Esporão Reserva 96, um branco da região do Alentejo, sul de Portugal, agrada pelo seu perfume potente e complexo, que combina muito bem frutas tropicais e especiarias, num paladar persistente.
Já no canto dos tintos, uma das melhores opções é outro Esporão, o Reserva, safra 95, um vinho de ponta do elenco lusitano, elaborado com cepas nativas do país.
Ele é um vinho encorpado que tem aroma intenso e sabor longo, marcado por frutas vermelhas cobertas por firmes pinceladas de baunilha deixadas, provavelmente, pelo envelhecimento em barris de carvalho americano, uma espécie de marca registrada dos goles rubros do Esporão.
Para os amantes dos Cabernet Sauvignon, duas belas alternativas são a novíssima edição 97 do chileno Caliterra e o argentino Etchart Cafayate, safra 96.
Muito novo, o Caliterrase se mostra um pouco áspero ainda na boca, mas atrai pelo seu aroma que mescla toques de alecrim e framboesa presentes também no sabor.
O Cafayate tem mais corpo, paladar aveludado e enche a boca com um sabor intenso, que lembra cassis e pimentão.
Outra ótima escolha é o Bardolino Novello 98 de Zenatto, renomado produtor do Veneto, norte da Itália.
Elaborado ao estilo dos badalados Beaujolais Nouveau franceses, esse é um vinho leve para ser bebido refrescado entre 13 e 14. De aroma e sabor muito frutado e concentrado, que lembra amoras e cerejas, o Novello de Zenatto é um vinho redondo que supera, no copo, os originais gauleses (e custa a metade).

Espumantes
Pelo seu preço bem em conta, o De Greville Brut, da Martini-Baccardi, é hoje praticamente imbatível no departamento dos espumantes.
De paladar cremoso, graças as suas bolhas abundantes, tem bom corpo e pode acompanhar uma refeição do inicio ao fim.
Quem decidir gastar um pouco mais pode conferir outro bom espumante Brut (seco) nacional, o Cave Geisse, da igualmente gaúcha Cave de Amadeu.
Ele tem bolhas finas, que lhe conferem uma excelente textura e paladar que combina maçã verde com um certo torrado muito elegante.



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