Amin Khader, 42, é o homem que sabe as melhores histórias do Rock in Rio: desde o primeiro evento, há 16 anos, ele cuida dos camarins das estrelas. Já precisou fazer todo mundo se calar para ver Freddie Mercury passar pelos corredores do backstage e já arrumou 200 toalhas e velas roxas para Prince. Desta vez, ele terá a ajuda de Ingrid Berger, 44.
Folha - Quais são os pedidos mais esquisitos deste Rock in Rio?
Amin - Até agora está calmo. Tem os Guns "N Roses e o Red Hot Chili Peppers, que só bebem águas vulcânicas vindas do Havaí. É a nova moda. Como é impossível cumprir essa, pedimos que eles mesmos tragam as águas. Mas tudo pode acontecer, porque os pedidos mais absurdos chegam de surpresa.
Folha - E nos outros dois Rock in Rio, quem deu mais trabalho?
Amin - Freddie Mercury foi o campeão de frescuras, mas eu penei também com George Michael. Duas horas antes do show, ele pediu 30 pratos de comida kosher, que só pode ser preparada por rabinos, com carne de um animal que tenha morrido sem sofrer. Corri para uma sinagoga, e o pessoal de lá me salvou.
Folha - Algum artista surpreendeu você?
Amin - O Ozzy Osbourne. Pensei que era o maior maldito, que comia morcegos, passarinhos, e na hora H olhei aquela coisa loira, parecia o Roberto Leal. Veio com a mulher, gorda, um casal careta...
Folha - E quem era mais acessível?
Amin - O James Taylor, que tomava chá pelos corredores, sempre gentil com todo mundo. E o Axl Rose, por incrível que pareça. Ele pediu 30 pratos de fettuccine para jantar com sua equipe. Depois do show, dispensou a equipe e chamou os brasileiros para comerem com ele.
Folha - Os artistas continuam com aquela mania de pedir 120 toalhas?
Amin - Continuam. Já reservamos 2.000 toalhas para depois do show, podem vir quantos Princes for, que tem para todos. Tenho dois meninos na equipe só para cuidar disso. Eles enxugam o suor e jogam as toalhas para a platéia, pisam nas toalhas, como se fossem de graça. Cada uma custa R$ 10, e eles pensam que é pano de chão...


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