São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2001

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ERIKA PALOMINO

Janeiro traz a incrível volta do cabeção



É isso aí. Os clubes reabriram, e olha todo mundo na rua de novo, já de cabeção. E ainda rola conversinha mansa de réveillon? Claro que sim. Afinal de contas, você não está perguntando para as pessoas que você começa a encontrar agora "onde elas passaram"? Pois acompanhe aqui um resumão dos lugares mais badalados do Brasil para neste ano não cair em roubada. Em São Paulo funcionaram somente as boates gays; os clubbers ortodoxos ficaram nas casas de amigos, em grupos pequenos. O mais animado foi o réveillon skate/clubber num sítio em Arujá, doravante chamado Arujaca, e eu nem preciso explicar o porquê.
Em Fernando de Noronha, a casa mais descolada era obviamente aquela oferecida à bonitona Fernanda Lima e sua turma, a do administrador da ilha. Estavam lá ela, as amigas da meiga do Sul, o povo da MTV, o fotógrafo Jairo, o irmão Rafa e as inseparáveis Mariana Kramer e Helena Rizzo -que andou recebendo convites para voltar e fazer mais jantares por lá depois do banquete que ela fez na casa do Zé Maria, o cara que recebe todos os vips de lá. Era nessa casa que estavam os atores Rodrigo Santoro e Marcelo Serrado, entre outros da descolândia carioca. Muito mergulho, né? Muito golfinho, muito cavalo...
E quem também estava em Noronha (é assim que se fala) era Sonia Braga, dando broncas ecológicas nas pessoas: ela ficou passada com o povo que joga bituca na areia, e uma menina que organiza trilhas começou um projeto de distribuir aqueles potinhos de filme fotográfico como cinzeiros portáteis, já que todo mundo que vai na ilha deve levar ao menos um, não é mesmo? E pronto, acabou-se a porquice. Já pensou se a moda pega nos clubes? Os fotógrafos vão ficar mais populares ainda...
No Rio, o povo se jogou -claro. Desde o dia 27 a cidade já estava cheia, e a praia, neste ano mais limpa e confiável que em 2000, era praticamente uma festa até anoitecer, com o sol tão histérico que tinha gente que preferia chegar à tardinha mesmo e não precisar disputar espaço com a parede humana que se forma perto da água. Durante a semana inteira os clubes e bares -dos mais caretas aos mais descolados- ficaram entupidos de gente. Nos calçadões de Ipanema/Leblon e no de Copa parecia fim de tarde, de tanto movimento. Luxo: a rua Teixeira de Melo -onde fica o Galeria Café e o Café das Misturas- lembrava o Baixo Leblon dos bons tempos, com as bis e os modernos na calçada.

TODO MUNDO ESTAVA EM TRANCOSO

E teve a multidão de gente que se jogou para Trancoso, né? Pencas, pencas de gente. Quem passou a meia-noite no Quadrado ficou ao som da bandinha da igreja mesmo. Houve quem fosse para o tal Pára-Raio e quem acabasse numa rave tranceira na praia, beeeem tosca, num breu total onde não se via nem entrada nem saída, nem quem é que estava ali dançando. Foi o réveillon baiano do novo Tostex, eleito o lugar mais querido de lá, servindo sanduíches gostosos (daí o nome) e tocando house, numa atmosfera simpática e acolhedora. Os finos ficaram no Espelho, chegando e saindo dali de helicóptero, na pousada Estrela d'Água, a mais bacana do lugar. Espere a temporada passar, que os preços baixam, claro. Diz que é o paraíso mesmo.

HELICÓPTERO, BARCO, JATINHO E CHAMPANHE

Alguém falou em helicóptero? É a palavra-chave, junto com lancha e champanhe, do povo de Angra, que, em termos de peruca forte, tombou com o Rio desta vez. A temporada do fim de ano abriu com a poderosa festa de Luciano Corrêa, onde os jet-setters faziam fila de barco para entrar e para onde os que não estavam lá foram de jatinho, também daqui de São Paulo. Com dia, noite, casting de convidados e amanhecer perfeitos, quem estava lá diz que foi a mais bacana que Luciano, festeiro convicto, já fez em sua casa na ilha. E não é que depois ainda teve chill-outs nas ilhas vizinhas, com os convidados se dividindo para as festas nos barcos mesmo, tipo pegando carona? Bom, e por conta do Chivas Lounge que abriu esta temporada ali na baía, o mar virou Faria Lima, né? Que coisa.

POPOZUDA PELADONA VAI A MARESIAS

E amanhã a superpopozuda Luize Altenhofen estará na festa do Sirena, de Maresias, divulgando sua capa na "Playboy". E Luize (eu avisei desde o verão passado) é musa total em Maresias, um furacão por onde passa e ainda brother dos surfistas na água (ela pega onda também). E eu ouvi falar que Luize é o triunfo do silicone, da batata da perna ao popozão. Ah, tudo bem, né? Os fins justificam os meios, e ela é feminina, ao contrário da Feiticeira. E quem conseguir prestar atenção em mais alguma coisa nessa noite no Sirena pode ouvir Leozinho, o DJ revelação dos Melhores da Noite Ilustrada 2000 -que a mulherada também adora, né? O Sirena promete quebrar tudo no sábado que vem com John Digweed. Número 2 do mundo, segundo a "DJ", ele foi incensado por seu peculiar estilo de deep trance, progressive, Bedrock Sound e outros rótulos desses para os quais as pessoas enlouquecidas em sua pista não estão nem aí.

MENTOR DO MONDO GROSSO TOCA EM SÃO PAULO AMANHÃ

Não, não é a Marcelona. É que tem mais convidado internacional, e amanhã mesmo, em São Paulo. É o mentor do grupo japonês Mondo Grosso, cultuadíssimo no mundo e por aqui também, entre os iniciados. Shinichi Osawa vai tocar na bem-sucedida noite black do salão Urbano, na Cardeal Arcoverde, 614, dentro do projeto de Eugênio Lima e Will Robson. Diz que Osawa também vai gravar um videoclipe na cidade, com uma faixa de seu novo disco, que tem participações da luxuosa vocalista N'dea Davenport e dos brasileiros Ed Motta e Paula Lima.

CULTURA BI BOTA FOGO NO RIO DE JANEIRO

Dia 30 teve X-Demente, incrível, com 2.500 pessoas, animadas, lindas e possuídas. A pista do terraço, como o ano passado, era a mais mixed. As drags e as travas também iam lá respirar um pouco e secar o modelón. Cacá Trash abalou, de body Swarovski, que estava dançando quando "um tal de Gilberto" se aproximou, elogiando o modelón. Acabou como barman do clube de Marcelo Anthony na nova novela das sete "Um Anjo Caiu do Céu", que se passa no mundo da moda fashion. E teve também Cindy Babado e a fina Andressa Piovani, trava que mora em Zurique, é loura, magra e absurda. Parece muié mesmo. O chapeleiro maluco inglês Phillip Treacy também estava lá, dançando pencas. Na pista de baixo, calorzão e pegação. Do jeito que o povo gosta.

ESPÍRITO FURACÃO 2001 TOMA CONTA DO PAÍS

No dia 31, no Rio, Fabinho Demente começou com uma ceia tipo fofa e terminou com um babado com 45 pessoas dançando na sala. O que salvou do calor foram três ventiladores daqueles de festa, que faziam um vendaval danado na sala. Depois foi chegando o povo ensopado da praia, pedindo toalha e camiseta. Fabinho deu logo as da X-Demente. Claudio Gomes também fez festa boa, com muito funk. Os hits foram as músicas do Tigrão com a Tchutchuca e a da Motinha, da Cachorra, com passinho e tudo. De Maracaípe a Copacabana, a trilha oficial das popozudas toma conta do país. Eu digo Furacão 2000. Melhor: 2001!

A VOLTA ANIMADA DO CHAPELEIRO MALUCO

E pronto: o Phillip Treacy já está merecendo uma nota só pra ele. Ganhou. Não é que ele conseguiu estar em todos os lugares e ainda simpático e animado? E ainda é inglês!!! Ele também foi ao chilaute do Muti, falou com todo mundo e elogiou tudo: o som, o apartamento, as calças do Alexandre Fachetti e, finalmente, as botas de glitter do Caio Gobbi. E não era conversa de carioca lesado, não: depois ligou para o Caio e encomendou um monte. Da outra vez em que ele esteve aqui (o Treacy), Fabinho e Drika Freire o levaram ao galpão da Imperatriz Leopoldinense. Ele adorou a sucata de alegoria e carros. Depois eles foram comprar penas no Saara. E não é que umas penas de rabo de galo cor-de-rosa bem clarinho adquiridas lá mesmo viraram um chapéu da Rainha Mãe -inglesa, claro, não a Mãe Loura? O chapéu foi entregue na semana passada e diz que Sua Majestade adorou! Do Saara para Londres.

VAI PARA O RIO? ENTÃO CONFIRA OS HYPES DA ESTAÇÃO

Há uma mania de restaurantes na cidade. Tem o OO (pronuncia-se zero zero), o restaurante dos mesmos donos do Zazá, que quer inserir a Bahia em Ipanema. É o lugar da moda. Fica exatamente ao lado do Planetário da Gávea. Tem um DJ que se chama The Lounger, que toca, obviamente, lounge music. A ambientação do lugar é do Muti Randolph. Av. Padre Leonel Franca, 240, Gávea, tel. 0/xx/ 21/540-8041. Tem o Club Gourmet, o novo restaurante do circuito fino. O chef é o José Hugo Celidônio, e o hype é a localização: Barão da Torre, 368, tel. 0/ xx/ 21/247-8310, Ipanema.

PRÉ-CLUBES CARIOCAS VALEM POR UM CLUBE

Confira agora os bares: No Carolina Café, as noites mais legais são as de domingo e segunda (r. JJ Seabra, 10, Jardim Botânico). O Bar do Hotel no verão fica mais bonito ainda (hotel Marina All Suítes, av. Delfim Moreira, 630, Leblon). O Reserva é em frente ao restaurante Local, na Barra, com frequência tipo Pepê. Tem ainda o The Copa, com decoração kitsch e drinks com nomes de personagens de HQ. R. Aires Saldanha, 13-A, Copa.

na noite ilustrada


Ufa, que os clubes voltaram a abrir... Hoje tem aniversário do Mau Mau no Lov.e; o gringo Ian O'Brien, favorito do Alfred, tocando no Stereo; MZK no Jive; André Juliani e Mr. Gil no Pix. Amanhã tem noite nova, é a Digital Nation, com Koloral, no Personne (na Padre João Manoel); tem Renato Cohen no Stereo; Renato Lopes como convidado do after do Lov.e; Rap in Sampa; Magal no Jazzy, que muda a programação e reabre recuperando seu espírito bar; terça tem Communicate, com Vitor Lima e Santiago, no novo Ludy, que abriu no lugar da U-Turn; tem a dupla Zozó e Edu Corelli no Gourmet. Quarta tem a residência de Felipe Venancio na Disco; Corelli no Stereo; Johnny Luxo na Muzik.

E-mail: palomino@uol.com.br


Colaborou: Camila Yahn, free-lance para a Folha

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