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IML não detecta doença em Cássia
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Resultados dos exames histopatológicos, concluídos na semana passada pelo IML, não indicaram nenhuma doença que pudesse ter causado a morte de Cássia Eller. A Folha apurou que os
exames não foram capazes de detectar nenhum problema agudo
capaz de provocar a morte da
cantora em 29 de dezembro.
Os exames histopatológicos foram realizados em tecidos de vários órgãos do corpo de Cássia. A
necropsia já detectara que não
havia nem doença nem lesões
aparentes. As lesões encontradas, como o hematoma na cabeça, não justificariam a morte.
A falta de indicações aumenta a
importância do exame toxicológico, capaz de detectar se houve
ingestão de drogas, álcool e medicamentos.
O laudo definitivo sobre a causa da morte de Cássia terá de levar em conta informações de
quatro origens: necropsia, exames histopatológicos, exames toxicológicos e exames que Cássia
realizou ainda viva.
Um eletrocardiograma realizado na clínica em que Cássia foi
internada indicou infarto. Seria
essa a causa da morte a constar
no atestado de óbito, caso a polícia não tivesse considerado as informações insuficientes e, diante
da suspeita de uso de drogas, determinado a necropsia. Cássia
também teve uma isquemia (falta de vascularização) no braço
esquerdo, o que poderia ter causado a primeira parada cardíaca.
À polícia, os médicos contaram
que ela sofreu pelo menos quatro
paradas cardíacas, e não três, e
também teve várias pequenas.
A companheira de Cássia, Eugênia Martins, voltou ontem ao
Rio e depôs em sigilo na 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo.
Eugênia contou à polícia que
Cássia era usuária de drogas e estava em tratamento para deixar a
cocaína. Tinha voltado a beber.
O delegado Antônio Carlos Calazans disse que, caso o laudo da
necropsia não comprove intoxicação por drogas, ele vai investigar as hipóteses de erro médico
ou reação a medicamentos.
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