São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2002

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IML não detecta doença em Cássia

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Resultados dos exames histopatológicos, concluídos na semana passada pelo IML, não indicaram nenhuma doença que pudesse ter causado a morte de Cássia Eller. A Folha apurou que os exames não foram capazes de detectar nenhum problema agudo capaz de provocar a morte da cantora em 29 de dezembro.
Os exames histopatológicos foram realizados em tecidos de vários órgãos do corpo de Cássia. A necropsia já detectara que não havia nem doença nem lesões aparentes. As lesões encontradas, como o hematoma na cabeça, não justificariam a morte.
A falta de indicações aumenta a importância do exame toxicológico, capaz de detectar se houve ingestão de drogas, álcool e medicamentos.
O laudo definitivo sobre a causa da morte de Cássia terá de levar em conta informações de quatro origens: necropsia, exames histopatológicos, exames toxicológicos e exames que Cássia realizou ainda viva.
Um eletrocardiograma realizado na clínica em que Cássia foi internada indicou infarto. Seria essa a causa da morte a constar no atestado de óbito, caso a polícia não tivesse considerado as informações insuficientes e, diante da suspeita de uso de drogas, determinado a necropsia. Cássia também teve uma isquemia (falta de vascularização) no braço esquerdo, o que poderia ter causado a primeira parada cardíaca.
À polícia, os médicos contaram que ela sofreu pelo menos quatro paradas cardíacas, e não três, e também teve várias pequenas.
A companheira de Cássia, Eugênia Martins, voltou ontem ao Rio e depôs em sigilo na 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo.
Eugênia contou à polícia que Cássia era usuária de drogas e estava em tratamento para deixar a cocaína. Tinha voltado a beber.
O delegado Antônio Carlos Calazans disse que, caso o laudo da necropsia não comprove intoxicação por drogas, ele vai investigar as hipóteses de erro médico ou reação a medicamentos.


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