|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ladrões levam telas de US$ 160 mi na Suíça
Quadros de Edgar Degas, Claude Monet, Paul Cézanne e Vincent Van Gogh são roubados de museu em Zurique
Três homens armados invadiram o centro de arte E. G. Buehrle anteontem, pouco antes do fechamento; ação durou apenas três minutos
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Os suíços ainda comentavam
o desaparecimento de dois quadros de Pablo Picasso de uma
galeria perto de Zurique, na semana passada, quando a polícia
anunciou ontem um novo roubo de obras de arte, já considerado um dos maiores da história. O valor somado das telas de
Paul Cézanne, Edgar Degas,
Vincent Van Gogh e Claude
Monet foi estimado em US$
160 milhões (R$ 282,7 mi).
O roubo ocorreu no domingo, quando três homens armados entraram no museu E. G.
Buehrle, em Zurique, especializado em arte européia dos séculos 19 e 20. Em seguida, com
os funcionários deitados no
chão e sob a mira de uma arma,
dois deles foram até uma das
salas e levaram as obras.
Faltava meia hora para o museu fechar. "É o maior roubo já
cometido na Suíça, talvez na
Europa", disse Marco Cortesi,
porta-voz da polícia de Zurique, que classificou a ação de
"espetacular". Ele a comparou
ao roubo da tela "O Grito", de
Edvard Munch, em 2004.
As obras levadas anteontem
foram "O Menino de Colete
Vermelho" (1890), de Cézanne,
"O Conde Lepic e Suas Meninas" (1871), de Degas, "Papoulas em Vetheuil" (1880), de Monet, e "Castanheiro em Flor"
(1890), de Van Gogh.
Uma recompensa de US$ 90
mil foi oferecida a quem der informações que levem às pinturas. Na semana passada, as telas
"Cabeça de Cavalo" e "Copo e
Jarro", de Picasso, foram levadas de um centro cultural próximo a Zurique.
"É um choque, sobretudo pelo fato de ter sido um assalto a
mão armada, algo raro na Suíça", disse à Folha o diretor do
Museu de Arte e História de
Genebra, Caesar Menz. Para
ele, o roubo em Zurique obrigará todos os museus suíços a rever seus esquemas de segurança. "Ontem mesmo, nos reunimos para avaliar as mudanças
que teremos de fazer."
Segundo Menz, todos os museus públicos da Suíça, como o
que dirige, têm suas obras seguradas. Não foi divulgado se
as obras roubadas do museu
Buehrle, uma instituição privada, tinham seguro.
A imprensa suíça citou comentários de investigadores de
que a facilidade com que as
obras foram levadas revela que
a segurança no museu Buehrle
estava aquém da importância
das obras expostas.
Os ladrões tinham cerca de
1,75 m, e um deles falava alemão com sotaque eslavo. As telas roubadas estavam protegidas por vidro, e um alarme foi
ativado assim que elas foram
tocadas, disse o diretor do museu, Lukas Gloor, que considerou a segurança adequada.
Após colocarem as pinturas
em uma van branca que estava
estacionada em frente ao museu, desapareceram sem deixar
vestígio. "Eles sabiam exatamente o que queriam, porque
em três minutos estava tudo
terminado", disse Cortesi.
Embora concorde que as
obras roubadas estavam entre
as mais valiosas, Gloor disse
que os ladrões parecem ter levado as que estavam mais perto
da porta, deixando para trás
quadros ainda mais valiosos. A
coleção Buehrle tem mais de
200 pinturas, entre elas sete
Van Goghs, sete Cézannes, seis
Degas e cinco Monets.
Menz acha que a tese mais
provável é a de seqüestro. "As
obras são conhecidas demais
para terem mercado, e a possibilidade de um comprador louco e milionário me parece fantasiosa", disse.
Texto Anterior: Cinema: Filme dos Coen ganha prêmio de roteiro Próximo Texto: Saiba mais: Telas fazem parte de conjunto raro Índice
|