São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Cantor renegou gravações da fase "Racional"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Tudo o que envolve Tim Maia é turbulento, mas a fase "Racional" tem uma dose especial de barulho. Ao longo dos anos posteriores às gravações, cresceu o culto aos discos aqui e no exterior. Mas o cantor continuou a renegá-los.
Ao folhear o livro "Universo em Desencanto", na casa do compositor Tibério Gaspar, em 1975, Tim tornou-se obcecado pelas idéias do autor, Manoel Jacintho Coelho, que misturava seres extraterrestres a uma suposta volta a um estado "racional" puro.
Ele parou de beber e de usar drogas, passou a se vestir só de branco e obrigava seus músicos a lerem o livro e pregarem com ele pelas ruas. Quando foi para o estúdio, queria usar a música a serviço da religião.
Mas a religião se esgotou para ele menos de um ano depois, enquanto a música não morreu, por causa da alta qualidade. Mesmo Tim se recusando a interpretar o repertório dos discos, ele fez a cabeça de gente como Marisa Monte, que viria depois a cantar "Imunização Racional (Que Beleza)" .
"O Grão-Mestre Varonil", "Bom Senso", "Energia Racional" e "Quer Queira Quer Não Queira" estão entre as outras faixas marcantes desse período.
A morte de Tim -que no próximo sábado, dia 15, completa dez anos- permitiu que começassem as negociações para o lançamento em CD dos dois volumes de "Tim Maia Racional", depois de eles passarem muito tempo na lista dos vinis mais disputados em sebos.
O primeiro saiu em 2006, pela Trama, que não conseguiu lançar o segundo. Para Carmelo Maia, filho do cantor, o melhor seria pôr a versão digital do "2" nas ruas antes de lançar o "3".
Como este inédito terceiro já está envolto em confusão, é possível que demore mesmo a vir à tona.


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