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CRÍTICA
Sambista pinta retrato
idílico do Rio
da Reportagem Local
Martinho da
Vila se desvencilhou das balas
perdidas, passou
ao largo das
praias poluídas e
fez vista grossa aos pit bulls em
seu primeiro romance, "Joana
e Joanes", que pinta um retrato
idílico do Rio de Janeiro.
O sambista é autor de dois
outros livros: "Kizomba, Andanças e Festanças", de não-ficção, e o infanto-juvenil "Vamos Brincar de Política". "Joana e Joanes", por sua vez, descreve a história de amor de décadas entre Joana, filha de um
fazendeiro rico, e Joanes, filho
do capataz da fazenda. O cenário da paixão, que alterna passagens na capital fluminense e
no interior do Estado do Rio,
faz jus ao subtítulo, "Um Romance Fluminense".
O amor de Joana e Joanes
surge ainda na infância, o que
desperta a ira de seu Maneco,
pai de Joana, que não aceita ver
um filho de lavradores se engraçando para o lado de sua
menininha.
Por conta disso, quem acaba
pagando o pato é seu Mário,
pai de Joanes e funcionário de
Maneco, que é enxotado da fazenda, sem direito a nenhum
encargo trabalhista (faça-se
justiça, nem tudo é paradisíaco
no Rio de Martinho).
Com a separação forçada,
Joana segue vivendo com a família na prosaica e fictícia Taperá, que, por mais que Martinho negue, é totalmente inspirada em Duas Barras (cidade
natal do autor situada na região
serrana do Estado do Rio).
Joanes vai parar na capital do
Estado, onde se torna um publicitário de sucesso e orgulho
dos moradores de Taperá. Sem
a mesma sorte, Joana se aventura por concursos de miss
mal-afamados.
Após inúmeros desencontros, no entanto, revivem a velha paixão, ao som não de Cartola ou de Noel, mas sim da
banda de Ray Coniff.
(BG)
Avaliação:
Livro: Joana e Joanes - Um Romance
Fluminense
Autor: Martinho da Vila
Editora: ZFM (tel. 0/xx/21/576-2958
Quanto: R$ 22 (301 págs.)
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