São Paulo, terça-feira, 12 de abril de 2005

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CRÍTICA

Josh Homme é o rei do rock hoje

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

O ruivo gigante Josh Homme é o sujeito mais admirável no rock hoje. A analogia está na cara: seu grupo é o Queens of the Stone Age; e Homme é o "king of the modern age". Homme é rei.
Todo mundo que faz rock ou gosta de ou escreve sobre queria ser Josh Homme ao menos por um instante. E não é só pelos amigos que tem, pelos projetos extra-QOTSA em que está envolvido, pela princesa punk que namora (a linda Brody Dale, do Distillers).
Qualquer um ligado à música jovem conduzida por guitarras adoraria ter feito um álbum com a consistência, a atitude e a sexualidade deste "Lullabies to Paralyze", o quarto álbum do QOTSA. Ou qualquer um dos anteriores.
A entidade californiana Queens of the Stone Age é toda de Homme, seu guitarrista, cantor e, mais que tudo, seu proprietário. A cada disco monta uma (super)banda para gravá-lo. Em 2000, com o álbum "Rated R" (o segundo), antecipou toda a revolução que logo traria sangue novo e oxigenado para o rock. Em 2002, lançou o fabuloso "Songs for the Deaf", escalando o grupo com o baixista gonzo Nick Oliveri, o cantor Mark Lanegan (Screaming Trees) e Dave Grohl (Foo Fighters) na bateria.
Agora, para "Lullabies", Homme demitiu seu amigo de toda a vida, Oliveri, fez um QOTSA totalmente novo e trouxe participações que vão da cantora Shirley Manson, do Garbage, até o guitarrista figura Billy Gibbons, do veteraníssimo ZZ Top.
E "Lullabies" oferece mais do que canções de ninar para roqueiros insones -"lullaby" é canção de ninar, em inglês. Queens of the Stone Age é heavy metal para as massas. Um disco compêndio do que mais interessante dá para fazer hoje na junção melodias pop/ barulheira hard rock.
Diferentes entre elas, cada uma das canções do CD aponta para um caminho. Músicas como "Tangled Up in Plaid" ou "Skin on Skin" leva para trás, para o Nirvana. O QOTSA é a única banda no mundo que soa grunge e não parece datada.
Por outro lado, dá para dizer que "Little Sister" e "In My Head" são duas faixas que os Strokes dariam sua juventude em troca para botar em seu próximo disco.
"Lullabies" carrega por entre suas músicas o rock clássico e moderno, psicodelia e viagem, hard pop e heavy metal feroz, som tosco e som sexy, um caminhão de hits e músicas difíceis de deglutir.
Resumo da ópera-rock. QOTSA é "a" banda. Cola nela.


Lullabies to Paralyze
    
Artista: Queens of the Stone Age
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 35, em média


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