São Paulo, domingo, 12 de abril de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

"Barrabás" é bela superprodução bíblica

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Barrabás é, literalmente, um personagem lateral da história do cristianismo. Entra nela quase como Pilatos no Credo.
Aliás, entra junto com Pilatos, pois na mesma ocasião em que a massa decide que Cristo deve ir para a cruz, quem se livra dela é Barrabás.
Esse personagem secundário deu ocasião a uma das mais belas superproduções bíblicas, "Barrabás" (TCM, 16h30, classificação indicativa: livre), de Richard Fleischer.
Esse Olimpo da mitologia do nascimento do cristianismo está povoado de deuses bons e maus, de forças extremas se enfrentando. Cristo está cercado dos seus. Não são irretocáveis (que o diga Pedro, com suas três negações etc.), mas o poder de Cristo os redime, os santifica mesmo na fraqueza.
Do outro lado estão os que têm todo o poder do mundo, como os romanos, ou do Velho Testamento, os sacerdotes, os fariseus. Os vilões da história.
O único que de fato se parece conosco é Barrabás.
Falível, não lhe basta carregar as culpas da existência, ainda tem de carregar no lombo a morte de Cristo.
Não é pouco para um homem comum. Daí "Barrabás" não ser um exercício de fé, como a maior parte dos filmes desse gênero, mas de verdadeira espiritualidade.
A trajetória de um homem rumo à salvação, à improvável salvação, é uma epopeia talvez maior que a dos deuses. Eis aí, ainda hoje, um belo programa de Páscoa.


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