São Paulo, domingo, 12 de abril de 2009

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Coleção Folha reúne retratos da arte

12º volume da série Grandes Fotógrafos capta o gênio criativo de artistas como Chagall, Henri Matisse e Salvador Dalí

Livro conta com imagens registradas pelas câmeras de Elliott Erwitt, Philippe Halsman, Martine Franck e Henri Cartier-Bresson


DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografar um artista com o intuito de captar seu gênio criativo é desafio dos mais difíceis. Raros e bons fotógrafos ao atingirem esse objetivo geraram imagens que se tornam, elas próprias, peças de arte que representam criador e criatura em sintonia fina, como se pode atestar em algumas fotos de "Arte", o 12º volume da Coleção Folha Grandes Fotógrafos, nas bancas no próximo domingo.
Com 21 fotografias realizadas entre os anos de 1944 e 2000, o volume apresenta trabalhos de Elliott Erwitt, Philippe Halsman, Martine Franck e Henri Cartier-Bresson. Na última fotografia do livro, uma surpresa: o próprio Cartier-Bresson é o personagem retratado por Martine Franck, sua segunda mulher, atuando não como fotógrafo, mas como pintor, sua grande paixão, a qual se dedicou após abandonar a fotografia profissionalmente nos anos 70. "Enquanto o desenho é meditação, a foto é um tiro", disse.
Os principais destaques do volume "Arte" são, porém, os retratos de Philippe Halsman (1906-1979), que nasceu na Letônia e começou a fotografar para diversas revistas, em Paris, nos anos 30.
De seu estúdio em Montparnasse saíram retratos que ajudaram a eternizar figuras como Le Corbusier, Chagall e Malraux. Por influência do amigo Albert Einstein conseguiu visto para entrar nos EUA após a queda de Paris, em 1940.
Realizou 101 capas para a revista "Life" e se tornou ele próprio uma celebridade em Hollywood.
O retrato que Halsman realizou de Salvador Dalí em 1948, chamado "Dalí Atomicus", é histórico: o pintor, três gatos, duas obras e os móveis flutuam no ar enquanto um jato de água rompe a composição criando uma atmosfera inusitada, surrealista por excelência.
A imagem é fruto da estreita convivência entre eles, que trabalharam em projetos comuns por 30 anos. O experimentalismo que pautava as investigações artísticas de ambos o levou a produzir diversos trabalhos como o divertidíssimo livro "Dali's Mustache".
Do olhar sempre irônico e bem-humorado de Erwitt, "Arte" pinçou boas imagens, como a realizada no Museu do Prado, em Madri, na qual flagra o momento em que um grupo se aglomera diante dos quadros "A Maja Nua" e "A Maja Vestida", de Goya.
O detalhe é que enquanto um grupo de sete homens permanece estático diante da versão nua, apenas uma mulher observa a vestida.
Além de personagem do livro, Cartier-Bresson tem também alguns de seus célebres retratos publicados, como o do também pintor Henri Matisse, entretido com seus pombos em "Le Revê" (o sonho), seu sítio. De fato, uma cena que remete a uma atmosfera de um sonho.


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