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Coleção Folha reúne retratos da arte
12º volume da série Grandes Fotógrafos capta o gênio criativo de artistas como Chagall, Henri Matisse e Salvador Dalí
Livro conta com imagens registradas pelas câmeras de Elliott Erwitt, Philippe Halsman, Martine Franck
e Henri Cartier-Bresson
DA REPORTAGEM LOCAL
Fotografar um artista com o
intuito de captar seu gênio criativo é desafio dos mais difíceis.
Raros e bons fotógrafos ao atingirem esse objetivo geraram
imagens que se tornam, elas
próprias, peças de arte que representam criador e criatura
em sintonia fina, como se pode
atestar em algumas fotos de
"Arte", o 12º volume da Coleção
Folha Grandes Fotógrafos, nas
bancas no próximo domingo.
Com 21 fotografias realizadas
entre os anos de 1944 e 2000, o
volume apresenta trabalhos de
Elliott Erwitt, Philippe Halsman, Martine Franck e Henri
Cartier-Bresson. Na última fotografia do livro, uma surpresa:
o próprio Cartier-Bresson é o
personagem retratado por
Martine Franck, sua segunda
mulher, atuando não como fotógrafo, mas como pintor, sua
grande paixão, a qual se dedicou após abandonar a fotografia profissionalmente nos anos
70. "Enquanto o desenho é meditação, a foto é um tiro", disse.
Os principais destaques do
volume "Arte" são, porém, os
retratos de Philippe Halsman
(1906-1979), que nasceu na Letônia e começou a fotografar
para diversas revistas, em Paris, nos anos 30.
De seu estúdio em Montparnasse saíram retratos que ajudaram a eternizar figuras como
Le Corbusier, Chagall e Malraux. Por influência do amigo
Albert Einstein conseguiu visto
para entrar nos EUA após a
queda de Paris, em 1940.
Realizou 101 capas para a revista "Life" e se tornou ele próprio uma celebridade em
Hollywood.
O retrato que Halsman realizou de Salvador Dalí em 1948,
chamado "Dalí Atomicus", é
histórico: o pintor, três gatos,
duas obras e os móveis flutuam
no ar enquanto um jato de água
rompe a composição criando
uma atmosfera inusitada, surrealista por excelência.
A imagem é fruto da estreita
convivência entre eles, que trabalharam em projetos comuns
por 30 anos. O experimentalismo que pautava as investigações artísticas de ambos o levou
a produzir diversos trabalhos
como o divertidíssimo livro
"Dali's Mustache".
Do olhar sempre irônico e
bem-humorado de Erwitt, "Arte" pinçou boas imagens, como
a realizada no Museu do Prado,
em Madri, na qual flagra o momento em que um grupo se
aglomera diante dos quadros
"A Maja Nua" e "A Maja Vestida", de Goya.
O detalhe é que enquanto um
grupo de sete homens permanece estático diante da versão
nua, apenas uma mulher observa a vestida.
Além de personagem do livro, Cartier-Bresson tem também alguns de seus célebres retratos publicados, como o do
também pintor Henri Matisse,
entretido com seus pombos em
"Le Revê" (o sonho), seu sítio.
De fato, uma cena que remete a
uma atmosfera de um sonho.
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