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Crítica
"A Maçã" cria alegoria sobre o Irã da atualidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A semana do canal Futura está temática, dedicada em boa
parte a filmes iranianos. Nada
melhor do que "A Maçã"
(0h30; 12 anos), neste caso, para inaugurá-la.
Este longa de estreia de Samira Makhmalbaf (que tinha
21 anos em 1998, quando o filme foi lançado) trata do caso de
duas irmãs que, depois de permanecerem encarceradas em
sua própria casa durante 12
anos, são libertadas por assistentes sociais.
Estamos, é evidente, de volta
ao tema da infância, tão frequente na cinematografia desse país.
Será justo perguntar se Samira (e seu pai Mohsen, que
deu uma força no roteiro) pensou no lado alegórico da questão, isto é: até que ponto o Irã
atual -e mais o atual do que o
da época- se assemelha a um
lugar que aprisiona os próprios
filhos.
Que o diga Jafar Panahi, que
está preso pelo atual governo
de Teerã. É irônico: este cinema mostrou do país uma face
delicada e sofisticada que os
brucutus no poder fazem uma
força danada para desmentir.
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