São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

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Crítica

"A Maçã" cria alegoria sobre o Irã da atualidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A semana do canal Futura está temática, dedicada em boa parte a filmes iranianos. Nada melhor do que "A Maçã" (0h30; 12 anos), neste caso, para inaugurá-la.
Este longa de estreia de Samira Makhmalbaf (que tinha 21 anos em 1998, quando o filme foi lançado) trata do caso de duas irmãs que, depois de permanecerem encarceradas em sua própria casa durante 12 anos, são libertadas por assistentes sociais.
Estamos, é evidente, de volta ao tema da infância, tão frequente na cinematografia desse país.
Será justo perguntar se Samira (e seu pai Mohsen, que deu uma força no roteiro) pensou no lado alegórico da questão, isto é: até que ponto o Irã atual -e mais o atual do que o da época- se assemelha a um lugar que aprisiona os próprios filhos.
Que o diga Jafar Panahi, que está preso pelo atual governo de Teerã. É irônico: este cinema mostrou do país uma face delicada e sofisticada que os brucutus no poder fazem uma força danada para desmentir.


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