DO ENVIADO ESPECIAL A NITERÓI (RJ)

"Poetas da Cor" segue até o dia 29 de junho no MAC-Niterói e tem como foco, além de Mavignier, trabalhos de Palatnik, Sued, José Maria Dias da Cruz, 73, e Israel Pedrosa, 82. Obras pertencentes ao acervo do museu de nomes como Ione Saldanha (1921-2001) e Ivan Serpa complementam a exposição.
De acordo com o curador da mostra, Luiz Guilherme Vergara, a intenção foi reunir artistas que tivessem a cor como questão central de sua obra. "Por caminhos variados, todos se relacionam com a cor de maneira forte e cada um de modo bastante singular", afirma ele. "Não seria nada sem ele.
Devo minha carreira ao Almir Mavignier", diz Palatnik, um dos introdutores no Brasil da arte ligada à tecnologia. Com seus aparelhos cheio de engrenagens que se movimentam, causava estranhamento em seus pares. No entanto, antes disso, ele era um pintor. Nascido em Natal (RN), foi morar em Israel quando tinha quatro anos. Lá, participa de aulas em ateliê de pintura e, ao voltar para o Brasil, em 1948, fica radicado no Rio.
Amigo de Mavignier, é chamado por ele para "conhecer uns colegas". Vai ao Engenho de Dentro, tem contato com os trabalhos dos internos e muda completamente sua obra. "O universo interno deles era muito grande, tudo que fizesse seria menor perto daquilo", conta Palatnik. "Após algum tempo, associei minha experiência em mecânica em Israel com o que conhecia de estética. Assim surgiram os "Cinecromáticos'".
"É um privilégio estar nessa mostra. E o espectador pode perceber ligações entre todas essas obras", diz Cruz.